A busca do equilíbrio entre vida profissional e cuidar da família

Por Gazeta News

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Os desafios que as mulheres enfrentam para equilibrar trabalho e família receberam nova atenção do público no mês passado, depois que Hillary Clinton falou sobre a questão em uma recente aparição em Silicon Valley, destacando suas experiências como uma jovem advogada e mãe.

Frente a esses desafios, é por isso que muitas mães que têm essa possibilidade encaram a opção de largar tudo para cuidar da família.

De acordo com um levantamento do Pew Research Center de 2013, as mulheres continuam mais sobrecarregadas quando se trata de equilibrar o trabalho e a vida pessoal, apesar do progresso nas últimas décadas em relação à igualdade de gênero no local de trabalho.

Entre os pais com pelo menos alguma experiência de trabalho, mães com crianças menores de 18 anos disseram três vezes mais que os pais que trabalhar e ter filhos é mais difícil para avançar em seu trabalho ou carreira (51% vs. 16%).

Uma razão pela qual as mães são mais propensas do que os pais a dizer que é mais difícil chegar à frente no trabalho pode ser porque as mulheres são muito mais suscetíveis que os homens a passar por uma variedade de interrupções de carreira relacionadas com a família. Cerca de quatro em cada dez mães que trabalham (42%) dizem que em algum momento de sua vida profissional precisaram reduzir suas horas de trabalho, a fim de cuidar de um filho ou outro membro da família, enquanto apenas 28% dos pais dizem ter feito o mesmo. Mães, em geral, disseram o mesmo: 39% dizem que já se afastaram do trabalho por esses motivos, ante 24% dos pais. Um número maior de mães (27%) já precisou parar de trabalhar totalmente por razões familiares, contra 10% dos pais. Planejamento De acordo com a psicóloga Cecília Zylberstajn, é necessário planejamento para que a mudança seja bem-sucedida. “Caso a mulher queira apenas dar um tempo na profissão por alguns anos para cuidar exclusivamente dos filhos, ela precisa planejar o retorno ao mercado de trabalho. Precisa se manter em constante atualização”, indica a psicóloga ao “Terra”. Essa foi a maneira encontrada pela jornalista Andressa Umeki, 26 anos. Casada há três anos e com uma filha de apenas nove meses, ela decidiu parar de trabalhar ainda na gestação, por precaução médica. Segundo ela, essa não foi uma atitude irracional.

“Eu e meu marido sempre planejávamos que, quando viesse um bebê, eu ficaria em casa até ele completar dois anos, ou seja, teria de abdicar do emprego por um tempo em função da criança”, explica ela ao “Terra”.

De acordo com a psicóloga e psicanalista Walkiria Grant, a questão não está na escolha de deixar ou não a profissão e, sim, em quem toma essa decisão.

“É preciso saber quem comandou a mudança. Se foi um desejo interno da própria mulher ou se ela foi seduzida por uma imposição do marido”, esclarece. “O importante é que essa mulher saiba em que situação se sentirá melhor.

Em uma mesma sociedade, duas mulheres que enfrentam situações semelhantes podem estar em situações antagônicas. Uma será a “escrava da casa”, coitada; enquanto a outra se sente muito bem nessa posição, com tempo para ir à academia, se cuidar”, explica Walkiria. Ainda de acordo com o levantamento do Pew, as mães não se arrependem em mudar a carga horária da vida profissional pela família. Mais de 90% das mães que reduziram a carga horária ou pararam de trabalhar dizem que estão contentes com a decisão.