Bush afirma que EUA continuarão na ofensiva

Por Gazeta Admininstrator

No discurso anual "O Estado da União", no qual expôs seu programa de governo para este ano, proferido nesta quarta-feira em Washington, perante as duas casas do Congresso, o presidente George W.Bush, afirmou que "os Estados Unidos precisam continuar na ofensiva contra os malfeitores internacionais e desenvolver tecnologias que lhe permitam depender menos da importação de petróleo de regiões instáveis do mundo".

Bush disse que o país tem de continuar engajado agressivamente ao redor do mundo - rejeitando a opinião de congressistas democratas e outros críticos que dizem que as políticas americanas para o Iraque e na guerra contra o terrorismo estão provocando cada vez mais antipatia externa e causando mais mal do que bem aos EUA.

Energia Avançada
Em seu discurso, Bush anunciou o que chamou de "Iniciativa de Energia Avançada", que representará, segundo assegurou, um aumento de 22% em pesquisa sobre alternativas limpas.

"Investiremos mais em fábricas de carvão de emissões zero, em tecnologias solares e eólicas revolucionárias, e em energia nuclear limpa e segura", disse o presidente.

Neste sentido, Bush afirmou que os americanos também devem mudar o combustível que alimenta os automóveis e, por isso, aumentará a pesquisa para melhorar as baterias dos veículos híbridos e elétricos, assim como os automóveis que utilizem hidrogênio.

Bush mencionou concretamente o etanol e assegurou que seu governo aportará mais fundos para a pesquisa em métodos de produção deste combustível, com o objetivo de "torná-lo prático e competitivo no prazo de seis anos". Isso permitirá, segundo assegurou, conseguir outro objetivo: "Substituir até 2025 mais de 75% de nossas importações de petróleo do Oriente Médio".

Bush disse que usando o talento e a tecnologia, "este país poderá melhorar nosso meio ambiente de maneira drástica, avançar além de uma economia baseada no petróleo e deixar no passado nossa dependência do petróleo do Oriente Médio".

Previamente, em entrevista coletiva embargada até que Bush pronunciasse seu discurso, Dan Bartlett, o assessor político do presidente, afirmou que o governo trabalha em um programa que tem como fim expandir a energia nuclear mediante o reprocessamento de combustível atômico.

Esta iniciativa não estava incluída no discurso presidencial mas, segundo Bartlett, "é algo no que se trabalha de maneira ativa".

Programa de espionagem é "essencial"
Em outro ponto do discurso, Bush assegurou que o programa de espionagem interno autorizado por seu governo para controlar supostos terroristas "continua sendo essencial para a segurança dos EUA".

"Autorizei um programa de vigilância terrorista para acompanhar as comunicações internacionais de supostos agentes da (rede terrorista) Al-Qaeda desde e para os EUA", admitiu.

O presidente americano fez uma firme defesa dessa iniciativa perante a enorme polêmica suscitada no país, especialmente pela oposição democrata, que questiona o fato de Bush ter decidido espionar as conversas telefônicas e os e-mails de americanos sem autorização judicial.

Bush disse que decidiu recorrer a esse programa pela autoridade que lhe outorga a Constituição, e com o objetivo de "prevenir outro ataque" como o de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. O programa de vigilância, na sua opinião, ajudou a evitar outros atentados e "é necessário para garantir a segurança do país".

Situação internacional
"Aceitamos o chamado da História para libertar os oprimidos e fazer avançar este mundo em direção à paz", enfatizou o presidente americano. Ele fez uma retrospectiva da situação internacional e mencionou de maneira especial a guerra no Iraque, o programa nuclear no Irã e os processos eleitorais no Oriente Médio.

Sobre a guerra no Iraque - cujo respaldo diminuiu gradualmente entre os cidadãos americanos nos últimos meses -, Bush excluiu uma retirada prematura. "Devemos manter nossa palavra, derrotar nossos inimigos e apoiar os soldados americanos nesta missão vital", disse.

"À medida que fazemos progressos e as forças iraquianas vão assumindo a liderança de maneira gradual, poderemos ir reduzindo nossa presença", acrescentou. O presidente teve duras palavras para o Irã, cujo regime, segundo assegurou, "isola e reprime seu povo" e "patrocina terroristas nos territórios palestinos e no Líbano; e isso tem que acabar".

Bush também acusou o regime iraniano de desafiar o mundo com suas ambições nucleares. "As nações do mundo não devem permitir que o regime iraniano adquira armamento nuclear", afirmou.

As recentes eleições na Palestina, nas quais o grupo radical Hamas venceu, e os processos eleitorais no Oriente Médio em geral, foram mencionados no discurso.

"As eleições são vitais, mas só são o começo", apontou o presidente, que lembrou que "estabelecer uma democracia requer o Estado de Direito, a proteção das minorias e instituições sólidas e transparentes que durem mais que uma legislatura".

Para o público interno, o presidente americano quis transmitir uma mensagem otimista sobre o desempenho da economia. Pediu também uma reforma migratória que inclua um programa de trabalhadores temporários estrangeiros, medida que já apresentou há mais de um ano mas que não conseguiu entusiasmar os legisladores americanos.

Reformas no sistema sanitário para torná-lo mais acessível aos cidadãos, e medidas para fomentar a competitividade das empresas também figuraram entre os assuntos destacados por Bush entre suas prioridades de governo para este ano.