Bush assina polêmica lei de energia

Por Gazeta Admininstrator

Bush disse que problema não será resolvido "da noite para o dia"
O presidente americano, George W. Bush, sancionou nesta segunda-feira um polêmico pacote de medidas que inclui incentivos fiscais para empresas de petróleo e usinas nucleares.
As medidas, que custarão US$ 14,5 bilhões ao governo americano, estimulam a produção de petróleo, gás natural e eletricidade ao mesmo tempo em que promovem fontes alternativas de combustível.

Bush, que há quatro anos lutava pela aprovação da lei, alega que ela vai reduzir a dependência do país em relação ao petróleo importado.

Apesar da aprovação, os preços do petróleo e da gasolina atingiram novos recordes nesta segunda-feira.

Petróleo em alta

O preço do barril de petróleo ultrapassou a marca dos US$ 63 nesta segunda-feira e o preço médio de um galão de gasolina atingiu o recorde de US$ 2,37.

Os Estados Unidos dependem de petróleo de outros países para suprir 60% da sua demanda diária de quase 21 milhões de barris. O uso de gasolina responde por dois de cada cinco barris consumidos.

O próprio presidente reconheceu que a lei é apenas um passo num plano de "anos" para reformar a estrutura energética do país.

"Nós não vamos resolver os nossos deasafios energéticos da noite para o dia", afirmou Bush, segundo a agência de notícias Reuters "A maioria dos problemas sérios, como altos preços da gasolina e crescente dependência do petróleo estrangeiro, se desenvolveram ao longo de décadas."

O presidente também destacou o que chamou de compromisso com a preservação da natureza pelo estímulo de formas mais limpas e produtivas de energia.

Críticas

Os opositores da nova lei, liderados por grupos ambientalistas e democratas, criticam os incentivos fiscais, subsídios e garantias de empréstimos, que dizem ser um presente para companhias de energia que já estão tendo lucros recordes.

"Grandes lobbistas do setor de energia podem estar celebrando a aplicação da lei, mas americanos comuns devem segurar bem as suas carteiras", disse a diretora legislativa da organização ambientalista U.S. Public Interest Research Group à agência de notícias Reuters.

"Com os preços da gasolina saindo do controle, a medida faz com que os Estados Unidos continuem acelerando na direção errada rumo a mais consumo de petróleo, mais perfuração (de poços de petróleo) e mais poluição", acrescentou a ativista na entrevista à Reuters.

Uma das mais controversas medidas inicialmente propostas, a exploração de petróleo numa reserva selvagem no Alasca, foi destacada do pacote para ser votada isoladamente pelo Congresso em setembro.