Bush chama de 'absurdas' críticas da Anistia a Guantánamo

Por Gazeta Admininstrator

Bush disse que queixas de maus-tratos feitas por detentos em Guantánamo foram investigadas.

O presidente americano, George W. Bush, qualificou de "absurdo" relatório da Anistia Internacional (AI) que descreve o campo de detenção do país na baía de Guantánamo, em Cuba, como "o gulag dos nossos dias", numa referência a antigas colônias penais soviéticas.
O documento apontou os Estados Unidos como responsáveis por um aumento nas violações de direitos humanos no mundo.

Bush disse nesta terça-feira, durante entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington, que "os Estados Unidos são um país que promove liberdade no mundo todo".

"Quando se apresentam denúncias de maus-tratos (de detentos)", continuou Bush, os Estados Unidos as "investigam de maneira exaustiva e transparente".

Depois de denúncias de que alguns americanos teriam atirado um exemplar do livro sagrado dos muçulmanos, Alcorão, num vaso sanitário, as Forças Armadas dos Estados Unidos admitiram que haviam detectado vários casos de utilização indevida do livro santo islâmico.

O caso da profanação envolvendo o vaso sanitário não foi confirmado, segundo investigação americana.

Segundo Bush, as acusações contra americanos foram "totalmente investigadas de uma maneira transparente".

"Nós tivemos milhares de pessoas detidas, nós investigamos cada uma das queixas recebidas", disse.

"Eu acho que a questão é que os Estados Unidos fizeram mais pelo avanço da causa da liberdade, libertaram mais gente da tirania ao longo do século 20 e até agora do que qualquer outra nação na história do mundo", afirmou o vice-presidente americano, Dick Cheney.

Mas a Anistia Internacional respondeu às críticas americanas. Seu diretor-executivo, William Schulz, disse que "o que é 'absurdo' é a tentativa do presidente Bush de negar as políticas deliberadas de sua administração".

Schulz afirmou que causa "indignação" que a administração de Bush não realiza uma investigação plenamente independente das alegações.

Há cerca de 500 detentos em Guantánamo, onde os Estados Unidos afirmam ter colocado muitos suspeitos de envolvimento em terror.