Bush defende trabalho imigrante e reforço da vigilância de fronteira.

Por Gazeta Admininstrator

O presidente George W. Bush determinou que cerca de 6 mil soldados da Guarda Nacional reforcem a vigilância na fronteira com o México.

A iniciativa faz parte de um programa multimilionário para fortalecer a segurança e conseguir o respaldo dos legisladores conservadores em uma reforma de imigração. “Ainda não temos o controle total da fronteira, e estou decidido a mudar isso”, disse Bush durante discurso à nação transmitido em rede nacional, e gravado no salão Oval da Casa Branca.

Bush disse não ser favorável à cidadania automática para aqueles que entraram ilegalmente no país, mas também discorda das propostas de deportação em massa. “A cidadania automática não seria justa com aqueles que entraram legalmente no país... a deportação não é inteligente nem realista”, disse Bush ao defender, mais uma vez, um programa de trabalho temporário.

O presidente acrescentou ainda que é necessário que Câmara e Senado conciliem suas propostas e, referindo-se aos imigrantes indocumentados, defendeu a dignidade e o valor de todo ser humano. “Não podemos construir uma nação unida incitando as pessoas ao ódio... todo ser humano tem dignidade e valor”, disse.

O discurso ocorreu em um momento em que o Senado começou a trabalhar nas normas para fortalecer a segurança de fronteira, autorizar programas de trabalhadores convidados e dar aos cerca de 12 milhões indocumentados, eventualmente, a possibilidade de tornarem-se cidadãos. “Esta noite estou pedindo ao Congresso que destine fundos para realizar importantes melhorias de pessoal e de tecnologia na fronteira”, disse Bush referindo-se à sua iniciativa de destinar $1,9 milhões para fortalecer a segurança.

Bush pediu ao Congresso que incremente a quantidade de agentes civís de patrulha fronteiriça e apóie a construção de mais instalações para detenção de imigrantes ilegais.

Alguns legisladores que receberam informação antecipada sobre o discurso de Bush disseram que os soldados da Guarda Nacional não participarão das tarefas de vigilância, mas que realizarão trabalho de assistência, que atualmente são realizados por agentes federais que, assim, ficariam liberados para dedicarem-se à segurança.

O plano do presidente Bush de enviar soldados da Guarda Nacional para a fronteira gerou críticas tanto nos setores da oposição democrata como entre os republicanos. “A Guarda Nacional já está no limite pelas reiteradas viagens ao Iraque e Afeganistão, e por oferecer assistência de emergência em situações de desastres naturais”, disse o senador Edward Kennedy que, no entanto, elogiou Bush por sua “valentia e liderança”no debate sobre imigração.

Bush disse que o país expandiu a Patrulha de Fronteira de 9 mil para 12 mil agentes durante a sua presidência, e já deportou cerca de seis milhões de pessoas detidas por ingressar ilegalmente nos Estados Unidos, o que no entanto, não tem sido suficiente. “Solucionaremos os problemas criados pela imigração ilegal, e ofereceremos um sistema seguro, ordenado e justo”, disse Bush.

Bush pediu ao Senado que aprove o programa de trabalhadores convidados para permitir que os imigrantes assumam as posições de emprego de baixos salários, e disse que os empregadores devem ser responsabilizados pela contratação de trabalhadores ilegais.
Ele acrescentou que um documento de identificação à prova de falsificações para os trabalhadores fará com que os “empregadores não tenham desculpas”para transgredir a lei.