Bush pede consenso ao Congresso na reforma da imigração.

Por Gazeta Admininstrator

O presidente George W. Bush declarou que a abertura de um caminho para a legalização de milhões de imigrantes indocumentados “não é uma anistia”, e pediu ao Congresso que chegue a um consenso sobre o projeto em um debate “razoável e respeitoso”.

Bush discursou para um grupo de empresários e acrescentou que “apreciaria muito” um acordo. Esta foi a segunda vez em duas semanas que Bush se pronunciou sobre o tema imigração.

Membros conservadores da Câmara prometeram opor-se tenazmente ao projeto do Senado de contemplar procedimentos para a legalização de uma parte dos 12 milhões de indocumentados que vivem e trabalham nos Estados Unidos.

Bush disse que apreciava “os profundos sentimentos” destes congressistas que entendem que as pessoas que entraram ilegalmente nos EUA não devem continuar vivendo no país, mas qualificou esta posição como “equivocada e não realista”.

O presidente norte-americano defende uma solução intermediária. “Existe uma posição intermediária entre dar uma via automática para a cidadania a cada imigrante ilegal, e um programa que exija a saída de cada um desses imigrantes. Essa posição reconhece que há diferença entre um imigrante ilegal que cruzou recentemente a fronteira e outro que trabalhou aqui por muitos anos, que tem uma casa, uma família e não tem antecedentes criminais”, disse.

Bush entende que os imigrantes indocumentados que têm raízes no país e que desejam permanecer, deveríam pagar uma significativa multa por violar a lei, pagar seus impostos, aprender inglês e comprovar estar trabalhando há vários anos. “Àqueles que cumpram essas condições deve-se permitir solicitar a cidadania como a qualquer outro trabalhardor. Mas a aprovação não será automática. Terão que entrar na fila atrás daqueles que cumpriram as leis. Isso não é anistia”, defendeu Bush.

A maioria dos democratas apóia o projeto do Senado, mas os republicanos estão divididos. O senador republicano pelo Texas John Cornyn disse estar animado com o apelo de Bush pelas concessões, mas afirmou que a lei final terá de começar com a segurança das fronteiras, e que qualquer plano futuro de trabalho temporário tem que ser apenas isso: temporário.

A Casa Branca não gosta que os parlamentares comparem o projeto do Senado a uma anistia, porque isso faz os eleitores se lembrarem de uma lei de imigração de 1986, que foi vista como anistia para milhões de imigrantes.

Bush discursou na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, uma instituição amplamente favorável à uma reforma das leis de imigração porque, segundo analistas, representa um grupo que tem interesses em ter mão-de-obra barata no país.

Maioria dos imigrantes é honesta

A grande maioria dos imigrantes ilegais que vive nos Estados Unidos “é gente honesta e que trabalha duro”, disse o presidente norte-americano, durante o discurso. Ao contrário do que pensam muitos de seus eleitores conservadores, Bush afirmou que os imigrantes ilegais “são parte da vida norte-americana e são vitais para a nossa economia”.

Bush acrescentou que “a dificuldade desta tarefa” de completar a reforma migratória “não é uma desculpa” para que os legisladores a evitem.

A Casa Branca informou que Bush viajará esta semana ao Novo México, ao Texas e a Nebraska para pregar sua proposta de reforma.