Cachoeira negociou sistema para fraudar licitação, afirma PF

Por Gazeta News

carlinhos cachoeira

Escutas telefônicas da Operação Monte Carlo, feitas pela Polícia Federal, revelam que o empresário Carlinhos Cachoeira negociava um software para burlar licitações feitas por pregão eletrônico.

De acordo com reportagem publicada na edição do dia 11, do jornal “Folha de S.Paulo”, Cachoeira e o ex-diretor da empreiteira Delta no Centro-Oeste, Claudio Abreu, tratam da aquisição do software que, segundo Cachoeira, funcionaria por meio de uma maleta.

Ambos citam uma empresa chamada Régula como a fornecedora da maleta, fabricada na Bielorrússia. “Eles são exclusivos no mundo inteiro, cara. A gente ganha todas as licitações”, disse Cachoeira em uma das conversas grampeadas pela PF, com autorização judicial.

Os órgãos descobriram que o programa identificava os lances dos oponentes e, de maneira quase imediata, dava lances um pouco menores, facilitando a vitória.

Por isso, em dezembro de 2011, o governo editou portaria para impedir que fossem feitas propostas em menos de 20 segundos após um lance.

Cachoeira e o ex-diretor da Delta foram presos em fevereiro por, entre outras acusações, corromper agentes públicos para ganhar licitações para a construtora - da qual o empresário era sócio oculto, segundo a PF. Os agentes investigam se o grupo chegou a usar o equipamento em algum pregão eletrônico realizado em Goiás ou em outros Estados.

CPI suspensa A CPI do Cachoeira ficará mais de um mês parada em decorrência das eleições municipais. Os líderes partidários decidiram que, devido à perspectiva de quórum baixo nas próximas semanas, a Comissão Parlamentar de Inquérito não vai mais se reunir.