Cadeia neles!

Está certo que o cidadão brasileiro ainda está longe de acreditar que os famosos “crimi-
nosos de colarinho branco” irão mesmo amargar seus dias nos xilindrós fétidos e ultra-violentos de nosso país.

Para quem se acostumou, ao longo de séculos, com a absoluta impunidade e empáfia dos poderosos, imaginar os figurões da política e do empresariado atrás das grades comendo comida nojenta e, eventualmente, até sendo estuprados pelos “galãs do presídio”, é algo realmente impensável.

Note-se sobre o parágrafo acima que eu, de forma alguma, não importa o tamanho ou a barbaridade do crime cometido, aceito a idéia dos estupros, na cadeia ou fora dela. Apenas coloquei a imagem porque, todos sabem, ela faz parte do dia-a-dia de nossos cárceres.

Estamos vivendo uma nova “quinzena-avalanche” de figurões no entra-e-sai dos xilindrós e dops “habeas-corpus”. O Daniel vai falar? O Daniel vai fugir de jatinho para um”xangri-lá esconderijo?”.
Se o Daniel vai pagar seus crimes ou se será “queimado” como o foi PC Farias, só o tempo dirá. Se for culpado, deve ser julgado e, se for condenado, deve ser exemplarmente sentenciado.

Está aí algo que devemos reconhecer de positivo no governo Lula. Nunca os “figurões” do Brasil foram tão escrutinados, tão investigados, para realmente saber a origem de tantas fortunas “sem história”, tantos milhões “sem trabalho” e vergonhosa especulação. O país perde muito mais com a roubalheira das altas esferas financeiras do que com a corrupção dos políticos (que é outro câncer metástico).

Pode até ser que acabe em pizza, em acarajé ou em paraíso fiscal-esconderijo. Mas é salutar ver no horário nobre da TV, os “maracuteiros” sendo tratados como bandidos comuns (bandidos são, incomuns, até que não).

Todo mundo sabe que o conceito básico de honestidade (aquilo que se tem obrigação de ter e que não se faz favor nenhum em exercitar, como diz minha amiga Maria do Carmo) no Brasil, foi prás cucuias. Evidentemente que ainda tem uma grande parcela da população composta de teimosos, sonhadores, idealistas e patriotas, que se enojam com a roubalheira generalizada e sem-vergonhice em sua plenitude. Mas está cada vez mais enraizada na sociedade brasileira a idéia de que quem não se locupleta é, pura e simplesmente, “um otário”.

Para acabar com isso, ou pelo menos dar uma “mãozinha” num longo e lento processo de recuperação na moral nacional, a punição exemplar dos bandidos das “altas rodas” é mais do que necessária. É avidamente desejada.

Da mesma forma que o bom exemplo dentro de casa, vindo de pai e mãe, é o que pode construir uma base sólida de respeito e valores numa família, numa Nação o processo é idêntico. Crime e castigo, correção e prêmio, são pares que devem caminhar juntos para que se possa esperar das futuras gerações algo mais do que o já prenunciado caos absoluto.

Só uma justiça forte, soberana e igualitária - que é o que salva a grande e conturbada Democracia norte-americana - pode salvar o Brasil. Até porque já se sabe que o Legislativo é o que é e o Executivo, por melhores intenções que tenha, é uma ilha cercada de vorazes tubarões ladinos e cretinos por todos os lados.

Viva o cerco aos figurões. Mesmo que seja pura demagogia de resultados do Petismo. Se os caras são ladrões, cadeia neles!