Cadeia neles!

Por Gazeta Admininstrator

Não há como evitar de falar, insistentemente, na crise em que está afundado não só o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores como toda a classe política brasileira. As graves acusações que agora recaem sobre mais um dos “pilares” do PT e do governo, o Ministro Palocci, só aprofundam um sentimento de indignação do povo brasileiro contra uma classe política que só envergonha o nosso país.

Não é de hoje que o Brasil, convive com políticos ladrões, que vivem única e exclusivamente em função de legislar em causa própria, defender seus interesses pessoais e familiares.

Não é de hoje que se sabe que a corrupção é uma instituição em todo o país, a ponto de praticamente não se conseguir fazer nada acontecer, em todos os níveis, se não for na base da propina, do suborno, do “cala a boca”.

O que espantou e segue espantando a cada dia mais e mais é que justamente uma das últimas esperanças do inocente povo brasileiro em relação as suas lideranças, está indo esgoto abaixo, mal ou até pior – já que ninguém esperava esse nível de lama do Partido dos Trabalhadores – do que recentes imundices da política nacional, tais como o escândalo do Governo Collor.

Há analistas importantes e conceituados na imprensa brasileira que apostam que o volume de tramóias e maracutais nas quais as mais altas figuras do atual governo estarão envolvidas, será até maior do que as protagonizadas pela gangue de PC Farias, que teria atuado em benefício do ex-presidente Fernando Collor de Melo.

Na minha opinião, uma das poucas coisas que Lula poderia fazer para tentar atenuar seu muito provável envolvimento em tudo isso seria ele mesmo “capitanear” as investigações e exigir a punição severa dos enganadores do povo brasileiro.

Mas será que Lula tem cacife para isso? Será que o “rabo preso” não é tão grande que Lula estaria tentando de todas as formas não “futucar” o assunto para não terminar ainda mais queimado do que já está?
São perguntas que só o Presidente pode responder e que, até agora, ele tem se esquivado totalmente em enfrentar. Seu único discurso recente em que abordou o tema, foi tão evasivo e decepcionante que deixou o povo brasileiro ainda mais desconfiado de que Lula estaria metido nas maracutais até os ossos. Pode até ser que não, mas a atitude do Presidente não tem ajudado em nada.

Até porque, hoje cercado de acusações por todos os lados, está o ex-braço direito de Lula, o “homem de ferro”, José Dirceu.
Para completar, depois de uma saraivada de políticos do PT, PTB e outra siglas terem sido arrolados no “samba da corrupção tresloucada” sob o qual Brasília rebola e se enrola, entra em cena um dos “luminares intelectuais” do PT, o Sr. Palocci, superstar do atual governo.

Rezemos para que as evidências sejam tão claras que não haja “pizza” para ser servida ao final das atuais CPIs.
Rezemos para os parlamentares a quem cabe definir cassações e até um eventual “impeachment” de Lula não voltem a agir como no passado, como hienas covardes salvando a pele de sua matilha para salvaguardar o regime de ladroeira que está, há décadas, diga-se de passagem, entronizado em Brasília.

Rezemos para que o povo brasileiro leve sua indignação às ruas, desmontando a farsa de mais um esquema político eleito sob a égide da esperança, empossado com um falacioso discurso socialista-populista à la Chavez (como se um país como o Brasil pudesse entrar numa de clonar o anacrônico sistema do ditador venezuelano), e revelado como um PFL travestido de vermelho.

O povo brasileiro, que num primeiro momento é o grande perdedor nessa história, deve entretanto agradecer à liberdade de imprensa e às instuições democráticas que, não se sabe nem como nem porque, permanecem como último bastião de nossa sociedade e estão denunciando escândalo após escândalo, falcatrua após falcatrua.

E de perdedor, o povo brasileiro poderá sair vencedor, se cultivar um pouco de memória e se lembrar dos atuais enganadores na hora de votar. Não é fácil. Num país em que se troca voto por saco de feijão. E não venham me dizer que a culpa é do eleitor. Mais de 70% do povo brasileiro é criminosamente mantido na ignorância e à margem da cidadania participativa por absoluta interesse de TODOS os atuais partidos e do próprio sistema político e econômico.
A quem interessa um povo brasileiro esclarecido?
Certamente aos políticos, nem um pouco.

Só o povo brasileiro pode, com seu voto e sua manifestação nas ruas, lembrar a esses canalhas que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acaba.

É um bom momento para lembrar Chico, que, ironicamente, apoiou Lula:
“Amanhã há de ser outro dia”.