Cai 40% a imigração ilegal na fronteira entre EUA e México

Por Gazeta News

fronteira eua mexico Foto Reuters
[caption id="attachment_139054" align="alignleft" width="300"] Números revelam queda na imigração ilegal na fronteira entre os países. Foto: Reuters[/caption]

Números divulgados pelo Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteira revelam que a imigração ilegal caiu 40% na fronteira entre EUA e México nos últimos dois meses. A redução é vista como resultado do posicionamento enfático do presidente Donald Trump, em seus discursos e entrevistas, além das políticas imigratórias adotadas pelo governo.

Para o secretário de Segurança Interna, John Kelly, os números do último bimestre, estatísticas que o CBP publicou em seu site, estão muito além das tendências sazonais normais. Tipicamente, a mudança que ocorre entre janeiro e fevereiro é, na verdade, um aumento de 10% a 20% no número de apreensões de indocumentados na fronteira - diferente do que foi visto agora.

Aliás, os números divulgados contrariam uma tendência de quase 20 anos. De acordo com o CBP, dados mostram que desde o ano 2000, em fevereiro há um crescimento nas apreensões de imigrantes indocumentados. Para se ter uma ideia, em janeiro o número de pessoas detidas na fronteira foi de 31.578, enquanto que em fevereiro o total de indocumentados apreendidos foi de 18.762 pessoas.

Só o tempo dirá se a diminuição das apreensões é, de fato, uma indicação de um "efeito Trump" duradouro nos padrões de imigração. Até porque, os números tendem a diminuir sazonalmente no inverno e aumentar nos meses de primavera.

Contudo, o declínio acentuado agora após um aumento no final da administração Obama poderia afirmar que a retórica sobre a imigração - apoiada pelas políticas adotadas - para difundir informações boca a boca entre imigrantes indocumentados que fazem a jornada angustiante para a fronteira, realmente funciona.

"A firmeza paga", disse Dan Stein, presidente da Federação para a Reforma da Imigração Americana, um grupo de defesa que apoia a restrição da imigração para os EUA. "Esta é uma notícia encorajadora", completouKelly, citando o aumento das apreensões entre outubro e o final do ano passado. "No entanto, desde que o presidente Trump assumiu o cargo em 20 de janeiro, vimos uma queda dramática nos números", comemorou.

De acordo com Kelly, menos apreensões significa menos pessoas que fazem a viagem perigosa para o norte até a fronteira. O DHS também observou um aumento correspondente no valor que os contrabandistas, chamados de "coiotes", estão cobrando para levar as pessoas à fronteira. Em algumas áreas, as taxas variaram de 3.500 dólares a 8 mil dólares.

"Permaneceremos vigilantes para responder a quaisquer mudanças nessas tendências, já que o número de travessias ilegais aumenta tipicamente entre março e maio", informou o secretário. "No entanto, os primeiros resultados mostram que as questões de execução, e que a aplicação imigratória abrangente pode ter um impacto".

Embora os números demonstrem que os esforços de Trump para restringir a imigração ilegal já estão trabalhando para dissuadir os supostos migrantes, um ex-funcionário do CBP adverte que, provavelmente, exista uma gama mais complexa de fatores em jogo.

O ex-chefe da administração de Imigrações e Alfândega e advogado do DHS, John Sandweg, defende que as mudanças no fluxo de imigração legal e ilegal dependem de uma série de fatores, incluindo tendências sazonais e de longo prazo, situações econômicas em todo o mundo e a disponibilidade de dinheiro para pagar contrabandistas.

"Pode ser prematuro apontar para a retórica do presidente como a causa principal da queda dos números", disse Sandweg. "Contudo, é verdade que a dissuasão é um pedaço do quebra-cabeça, e se há uma percepção de que as pessoas serão deportadas, pode haver uma diminuição no fluxo", avaliou.

Com informações da CNN.