Ao menos seis corpos foram encontrados por guardas da região atingida pelo vasto incêndio que teve início no domingo (21) no sul da Califórnia, informaram autoridades locais.
Guardas da fronteira que realizavam uma patrulha de rotina encontraram quatro corpos em Barrett, ao leste de San Diego e próxima da fronteira com o México.
A área é um corredor freqüentemente usado por imigrantes ilegais, que caminham por horas para chegar aos Estados Unidos.
Segundo autoridades, os corpos foram encontrados na tarde desta quinta-feira. Não se sabe há quanto tempo as vítimas haviam morrido, nem se o incêndio foi a causa das mortes.
"Eles podem ter ficado expostos por algum tempo", disse Paul Parker, porta-voz do Departamento Médico do Condado de San Diego. Os mortos são três homens e uma mulher.
Outros dois corpos foram achados nos escombros de uma casa queimada no Condado de San Diego. As duas mortes elevam para três as mortes em decorrência direta do incêndio.
Outras sete pessoas morreram em conseqüência indireta do fogo, quando eram retiradas.
As chamas já consumiram mais de 1.970 quilômetros quadrados e ao menos 1.800 casas.
Outras 24 mil casas são ameaçadas, enquanto apenas 30% dos focos de incêndio foram controlados no Condado de San Diego e na região montanhosa do lago Arrowhead, ao leste de Los Angeles. Ao menos 52 bombeiros e outras 30 pessoas ficaram feridos.
No Condado de Orange, perto de Los Angeles, autoridades suspeitam de incêndio criminoso.
Cinco suspeitos foram detidas em San Diego, San Bernardino e Los Angeles. Um sexto homem, Russell Lane Daves, 27, foi morto a tiros em San Bernardino depois de desobedecer ordens policiais. Ele tentava atear fogo em uma área rural, segundo informações da polícia.
Êxodo
As chamas, que já destruíram 1500 casas e centenas de milhares de hectares na Califórnia, forçaram as autoridades a retirar um milhão de pessoas das suas habitações, apesar de já terem sido alcançados avanços no controle do fogo.
"Estamos ficando loucos à espera de poder voltar ao nosso apartamento e ver se está tudo bem", disse ao San Diego Mercury News Tim Harrington, uma das centenas de pessoas que encontraram refúgio no pavilhão de exposições de Del Mar. "Logo que pudermos, vamos começar a reconstruir", garantiu Harrington, que chegou ao centro com a mulher, o filho e os dois hamsters de estimação.
Mas também há quem já tenha a certeza de ter perdido a casa. Mike e Teresa Miller regressaram ontem a Rancho Bernardo para constatar que a sua casa tinha desaparecido. "Só restava um monte de coisa nenhuma", disse Mike à NBC. O casal só teve tempo de soltar o cão e acordar um vizinho deficiente antes de as chamas atingirem a casa.
Quanto às celebridades, que tiveram de fugir de Malibu no domingo, já estão regressando às suas mansões, uma vez que o fogo naquela região estava controlado. As gravações de vários seriados de televisão, que aconteciam nos estúdios locais, é que continuam interrompidas.
No terreno, mais de oito mil bombeiros exaustos esperam a ajuda federal que Bush autorizou. Empurrado pelo vento de Santa Ana, o fogo provocou cortes de electricidade em várias zonas e fez pelo menos nove mortos.
Após quatro dias de incêndio, ouviram-se as primeiras críticas à resposta das autoridades. "Se tivéssemos mais meios aéreos, teríamos controlado o fogo", disse o chefe dos bombeiros do condado de Orange.
A resposta foi dada pelo governador da Califórnia. Arnold Schwarzenegger garantiu à ABC: "Temos todos os aviões necessários, temos 90 aparelhos". O ex-ator apelou à solidariedade de todos os californianos e sublinhou: "Se estão à procura de erros, não os vão encontrar".|

