Câmara aprova e Bush sanciona pacote de $ 700 bi para socorrer bancos

Por Gazeta Admininstrator

A Câmara dos EUA aprovou nesta sexta-feira (3) o plano de ajuda de US$ 700 bilhões para socorrer os bancos norte-americanos em crise. O projeto entrou novamente em discussão depois de ser rejeitado na Casa na segunda-feira (29). Após passar por modificações, a proposta havia sido aprovada pelo Senado na quarta-feira (1º) à noite.

O projeto conseguiu superar a maioria simples (218 votos) para ser encaminhado à sanção do presidente George W. Bush. O placar da votação foi relativamente folgado, considerados os temores de que a proposta seria rejeitada: foram 263 votos a favor da medida e 171 contrários.

Ajuda para quem

O pacote de $700 bi pretende salvar instituições financeiras que tenham atuação nos EUA e que compraram produtos financeiros que continham créditos relacionados ao mercado de hipotecas dos EUA. Para receber ajuda, o banco não precisa ser americano, mas deve ter participação relevante no mercado do país

Como deve ser a liberação
Para conseguir a aprovação do pacote, o governo norte-americano concordou em fazer a liberação em parcelas, conforme solicitaram congressistas republicanos e democratas. De início, $250 bilhões poderão ser liberados, com outros $100 bilhões, contingenciados à decisão presidencial. O restante do dinheiro dependerá de novas votações no Congresso.

Quem comprou papéis
Os papéis relacionados a hipotecas foram comprados por bancos de todo o mundo, inclusive grandes instituições de investimento, como o Lehman Brothers, que está em concordata. Com a crise no mercado norte-americano, especialmente no segmento subprime (financiamentos de risco), esses papéis perderam valor (muitas vezes, o preço é próximo a zero). Nas combinações mais arriscadas, hoje os bancos poderiam recuperar só $5 de cada $100 investidos.

O que o governo quer fazer
O governo quer usar o dinheiro para comprar papéis relacionados a hipotecas norte-americanas em poder dos bancos. Com isso, essas instituições financeiras poderiam se livrar dos “créditos podres”em suas mãos, ganhando fôlego financeiro.

Qual o objetivo do pacote
O objetivo do pacote é fazer com que os bancos que hoje estão “em cima do muro”, possam voltar a colocar dinheiro na economia norte-americana, financiando carros, crédito estudantil e, naturalmente, imóveis. Assim, o círculo da economia voltaria a girar. O reforço viria em bom momento: em agosto, a venda de casas nos Estados Unidos atingiu o menor patamar em mais de 17 anos.

O governo perderia o dinheiro?
Teoricamente, sim. Entretando, de acordo com o presidente Bush, quando a situação no mercado imobiliário americano melhorar, e mais pessoas pagarem suas hipotecas em dia, o valor dos papéis ligados ao segmento aumentaria, e o gasto governamental com o pacote de ajuda aos bancos diminuiria. Segundo analistas de mercado, não há garantias de que os papéis ganhariam muito valor, mesmo no longo prazo.

Intervenção de Washington
O governo americano assumiria uma participação nas empresas auxiliadas pelo programa, para que os contribuintes possam compartilhar seus lucros. Um limite de compensação seria determinado para os executivos das companhias beneficiadas. Assim, o governo evitaria que alguém que deixe o cargo se aproveite da ajuda financeira oficial para ganhar dinheiro.

Obrigações do governo
Uma das mudanças incluídas na nova versão do pacote é o aumento da garantia aos depósitos dos contribuintes norte-americanos. Aogra, toda a poupança ou investimento com o valor até $250 mil serão garantidos pelo Tesouro, caso a instituição financeira à qual foram confiados vier a falir. Outra nova obrigação se refere a reduçÕes tributárias que o governo federal terá de conceder à pessoas físicas e empresas.