Câmara aprova que Miami-Dade não seja mais "santuário" para imigrantes

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_137777" align="alignleft" width="300"] Cerca de 150 imigrantes compareceram à audiência no County Hall. Foto: Greater Miami Chapter of The ACLU/facebook.[/caption]

Por 9 votos a 3, a câmara de Miami-Dade decidiu apoiar o prefeito Carlos Gimenez e votou a favor da decisão de colaborar com autoridades de imigração com relação à entrega de criminosos detidos que são procurados para deportação pelo governo federal.

Em votação nessa sexta-feira, 17, a reunião da Comissão do Condado de Miami-Dade no County Hall durou cerca de seis horas e foi marcada por apelos de dezenas de residentes, que pediram para que os Commissioners fossem contra o prefeito e protegessem os imigrantes locais, mas sem sucesso.

Na tentativa de que votassem a favor dos imigrantes, advogados se dirigiram à comissão de votação e reafirmaram na audiência que Miami-Dade não seria afetada pela ordem de Trump, porque o município nunca parou de compartilhar informações sobre presos com os agentes federais.

A controversa decisão do prefeito Carlos Gimenez foi anunciada no dia 26 de janeiro, um dia depois de Trump emitir a ordem executiva proibindo comunidades de agirem como "santuários" e prometendo cortar os fundos federais a qualquer cidade e condado que o desafiasse.

Tal corte de verba seria prejudicial para o condado obter milhões de dólares para projetos de transporte público que Giménez e Bovo têm visto como parte de seus legados políticos.

"Miami-Dade não é – nem nunca se considerou - uma comunidade de santuários", disse Giménez, explicando ainda que a questão é sobre prisioneiros, não qualquer imigrante."Estamos falando de pessoas que cometeram crimes", disse.

Desde então, de 27 de janeiro a 9 de fevereiro, o Condado de Miami-Dade prendeu e entregou para os agentes federais de imigração do U.S Immigration and Customs Enforcement (ICE) 34 imigrantes indocumentados. Entram na estatística dos 34 imigrantes que foram presos: acusações de assassinato, roubo, tráfico de drogas, dirigir embriagado ou sob efeito de drogas, falta de registro do veículo, entre outros.

As ordens de detenção mantêm as pessoas nas prisões locais por mais 48 horas, e durante fins de semana e feriados, até serem entregues aos agentes da imigração.

Na votação, endossaram a diretriz do prefeito Gimenez o presidente Esteban "Steve" Bovo, a Vice-Presidente Audrey Edmonson e os commissioners Bruno Barreiro, José "Pepe" Diaz, Sally Heyman, Joe Martínez, Dennis Moss, Rebeca Sosa e Javier Souto.

Votaram contra a decisão do prefeito os commissioners Daniella Levine Cava, Jean Monestime e Xavier Suarez, e um não compareceu.

Com informações do Miami Herald.