Câmara da Argentina aprova legalização do aborto

Por Gazeta News

aborto argentina REUTERS
Em votação histórica no país, a Câmara dos Deputados daArgentinaaprovou nesta quinta-feira, 14, um projeto de lei que prevê a legalização do aborto. O projeto, aprovado por 129 deputados, passará agora para votação no Senado. O projeto de lei foi debatido por dois meses e meio antes de seguir para plenária de votação. Enquanto ocorria a votação, que durou cerca de 20 horas, manifestantes do lado de fora do prédio do Congresso em Buenos Aires levantavam cartazes pró e contra a legalização do aborto. Aprovado com 129 votos - um voto mais do que precisava - eram necessários 128 votos para aprovar ou vetá-lo. 125 deputados votaram contra e um se absteve. A vice-presidente argentina, Gabriela Michetti, afirmou: "Temos mulheres que morrem por abortos mal praticados, é um tema de saúde pública que existe. Mas não aceito que para melhorar esta situação estejamos encurtando a vida de outro". O projeto de lei permite o aborto livre até a 14ª semana de gestação. Atualmente na Argentina o aborto é permitido apenas em caso de estupro ou risco para a vida da mulher. Depois de sete tentativas em vão de colocar o projeto em votação no plenário do Congresso, o debate ganhou força na Câmara nos últimos dias, com a declaração do próprio presidente Mauricio Macri que encorajou o debate, mas declarou ser “a favor da vida”. Agora, o projeto segue para o Senado, mas ainda não há data definida para votação, devendo ser, no mais provável, em setembro, segundo a Reuters. A cada ano morrem cerca de 100 das 500 mil mulheres que fazem abortos clandestinos na Argentina, segundo levantamento de ONGs que atuam no país.