Cardeal de LA lidera jejum em favor de imigrantes ilegais.

Por Gazeta Admininstrator

O cardeal Roger Mahony, que está se tornando rapidamente uma figura de projeção nacional nos Estados Unidos devido ao debate sobre imigração no país, liderou na quarta-feira(5) católicos de Los Angeles em um dia de oração pelos congressistas e de jejum em solidariedade com os imigrantes ilegais.

Líder da maior arquidiocese católica dos Estados Unidos, Mahony disse que o debate no Senado dos EUA esta semana sobre reforma da imigração terá efeitos de longo alcance para todos os norte-americanos, “inclusive aqueles entre nós que não são cidadãos, mas acreditam no sonho americano”.

O cardeal dirige uma arquidiocese de 5 milhões de membros, 75 por cento dos quais são latinos. Ele defendeu leis de imigração “justas e humanas” e disse que o evangelho chama os católicos a se posicionarem com solidariedade para com “os pobres, os estrangeiros, os menores entre nós”.

“Jejuemos em solidariedade com aqueles membros da nossa comunidade, especialmente os sem documentos, que muitas vezes têm vidas de privação e dificuldades”, disse ele numa nota.

ATACADO POR CONSERVADORES
A posição de Mahony reflete a posição dos bispos católicos dos EUA, assim como uma coalisão de sindicatos e outros grupos religiosos que trabalham contra qualquer projeto de lei que criminalize os imigrantes ilegais.

O Senado também debate um outro projeto que prevê maior segurança na fronteira dos EUA com o México, a criação de um programa de trabalhador temporário e possivelmente a legalização da situação de parte dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Os apelos inabaláveis do cardeal por solidariedade com os imigrantes sem documentos foram considerados por muitos como a força que incentivou quase 500.000 manifestantes, a maioria hispânicos, a saírem às ruas de Los Angeles em 25 de março. Foi uma manifestação política sem precedentes desse grupo étnico, que é a maior minoria da cidade mas que em geral não é ouvida.

Alguns conservadores atacaram Mahony, afirmando que sua posição não passa de um esforço desesperado para aumentar a freqüência dos hispânicos às igrejas, reduzida depois do escândalo de abusos sexuais por parte de padres.

Pesquisas de opinião em todo o território dos Estados Unidos mostram que os norte-americanos estão divididos. Uma pesquisa realizada na Califórnia em fevereiro, porém, mostrou que o número de californianos que têm opinião favorável aos imigrantes sem documentos cresceu de 26% em 1994 para 47 por cento este ano.