Cardeal italiano propõe boicote a

Por Gazeta Admininstrator

Cidade do Vaticano - Um dos maiores cardeais do Vaticano começou a participar fervorosamente da cruzada internacional contra o romance O Código Da Vinci. O cardeal Tarcisio Bertone, um ex-oficial do Vaticano, está promovendo um boicote agressivo ao best seller de Dan Brown.

O livro, insiste Bertone, expõe heresias e engana os milhares de católicos e cristãos que existem no mundo ao distorcer as origens do Cristianismo. "Há certos romances que ofendem milhões de fiéis, em sua fé mais profunda, em suas crenças mais fortes. Eu acho que isso não é aceitável", disse Bertone em entrevista à agência internacional Associated Press.

Bertone, que trabalhava no Vaticano com doutrina ortodoxa antes de se tornar arcebispo de Gênova, causou um tumulto no começo da semana ao denunciar o livro como prova de preconceito "anti-católico" e pedir às pessoas que ainda não leram o livro para não comprá-lo.

Alegações no romance de que Jesus Cristo teria se casado com Maria Madalena e tido vários filhos têm horrorizado muitos cristãos e sido negadas por historiadores e teólogos. "A verdade é que ele espalha falsas idéias sobre as origens do Cristianismo e que precisamos responder com informações precisas e com consciência crítica", disse Bertone, se referindo claramente ao Vaticano.

O Código Da Vinci, um livro de fácil leitura que mistura quebra de códigos, história da arte, sociedades secretas, religião, assassinato e tradição, foi publicado há dois anos e já foi traduzido para 44 idiomas, dando origem a vários livros que o contestam ou confirmam suas hipóteses. Livreiros esperam que o livro continue sendo um best seller pelo menos até ao final do ano. O cineasta Ron Howard está produzindo a versão cinematográfica da obra, estrelada por Tom Hanks e Audrey Tatou, que será lançada em maio de 2006.

O Monsenhor Javier Echevarria, que lidera a organização conservadora católica Opus Dei, muito admirada pelo papa mas retrata de maneira nada agradável no livro, disse que "Brown sabe que está errado e que está enganando as pessoas".

A Doubleday, editora que publica o livro, defendeu a obra cujas idéias "circulam há séculos". Em uma declaração em seu site, Brown descreveu o romance como "uma história de diversão que promove discussão e debate espiritual".