O DJ conhecido nas noites brasileiras de Miami, Fábio Souza, lembra-se de agradecer à vida todos os dias, mas em especial no dia 11 de setembro. Naquela manhã em que as Torres Gêmeas foram atingidas por dois aviões sequestrados por terroristas, ele tinha que fazer uma entrega de flores para um evento em um restaurante que ficava no 104º andar de um dos prédios, o Windows on the World.
“Eu me emociono todos os anos. Eu havia trabalhado como DJ e fui dormir tarde. Sabia que teria um dia muito ocupado com a floricultura, que era especializada em eventos e me programei para fazer a entrega cedo. Mas não consegui acordar”, conta ele, que se mudou para a Flórida há quatro anos. “Eu tinha 27 anos e sempre ficava na noite até tarde”.
Fábio acabou saindo de casa por volta de 9am em direção à loja, a Botanica Inc, aberta até hoje. Quando saiu, viu uma fumaça escura no céu. “Como não tinha visto TV ainda, eu não sabia o que estava acontecendo. Quando estava carregando a van com as encomendas, falei com uns conhecidos meus, que me explicaram o que estava acontecendo. Fomos ver na TV bem no momento em que a segunda torre foi atingida. Eu estaria lá em meia hora”.
O carioca perdeu vários conhecidos seus que trabalhavam no restaurante. O marido de uma amiga também se salvou: ele havia acabado de fechar uma empresa de investimentos na região, dias antes dos atentados.
“Até hoje não caiu a ficha. Foi tudo tão surreal, que a única conclusão que posso tirar é que, em meio a quase 3 mil mortes, não era a minha hora”.