Carros de luxo são enviados ilegalmente da Flórida para o Brasil
A informação divulgada, assim que o caso ganhou repercussão, já em outubro de 2011, é de que os carros contrabandeados quase sempre eram enviados de Miami, principalmente, para os portos do Recife, Vitória e Rio de Janeiro.
A legislação brasileira não permite a importação de carros usados ou seminovos. Por conta disso, o Ministério Público federal confirmou, no dia 27 de fevereiro, que denunciou à Justiça Federal os dois jogadores por lavagem de dinheiro e contrabando.
Os dois jogadores passaram a ser investigados durante a Operação batizada de Black Ops, desencadeada, em outubro do ano passado, pela Polícia Federal com apoio da Receita Federal. Ao todo, foram expedidos 22 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão. Na época, os jogadores só tiveram seus carros confiscados.
De acordo com informações do “O Globo”, as investigações apontam que o grupo, incluindo os jogadores, teria se beneficiado do esquema montado pela máfia israelense e por bicheiros do Rio de Janeiro, para venderem carros de luxo, importados, por preços muito abaixo do mercado.
Apesar de serem seminovos, os automóveis chegavam ao Brasil com documentação falsificada, atestando que eram zero quilômetro. Os valores recolhidos de impostos eram subfaturados. Os veículos foram colocados em nomes de proprietários laranjas. Em alguns casos, o pagamento foi feito diretamente ao exterior, o que é ilegal. Redes fictícias de compradores foram criadas para camuflar compras individuais.
Segundo investigações federais, jogadores, cantores, além de empresários de várias partes do Brasil, teriam comprado veículos com a quadrilha com descontos de até R$150 mil. A Justiça Federal agora deverá analisar a denúncia e decidir se aceita ou não.
Ao todo, 13 pessoas foram presas, 35 carros de luxo apreendidos e mais de R$50 milhões em bens e dinheiro em contas bancárias foram confiscados em 14 estados brasileiros, durante a operação da Polícia Federal. O jornal “O Dia” denunciou o esquema pelo qual o atacante corintiano, Emerson Sheik, teria adquirido um veículo da marca BMW X5, levado ao Brasil pela máfia dos caça-níqueis do Rio de Janeiro e declarado à Receita Federal o valor de R$ 200 mil, que corresponde à metade do preço do carro.
Três meses após Emerson comprar a BMW, o carro teria sido vendido a uma concessionária por R$ 160 mil e adquirido posteriormente por Diguinho. O Ministério Público afirma que os dois jogadores apresentaram contradições em seus depoimentos à Polícia Federal.
A assessoria de Diguinho informou que a compra do veículo está legalmente documentada. O veículo havia sido retido, mas foi devolvido ao volante. Ambos jogadores podem pegar até 14 anos de prisão se forem condenados por lavagem de dinheiro e contrabando.
Entre os outros investigados estão os cantores Belo e Latino e o jogador Kleberson, do Atlético Paranaense. O Ministério Público não acredita na hipótese de que os compradores não sabiam da série de irregularidades.
