Casal luta para provar união de 17 anos

Por Gazeta Admininstrator

Um casal de New York está tentando provar para autoridades de imigração
americanas que o casamento de 17 anos é verdadeiro. No apartamento em que vivem, em Astoria, Queens, Shari Feldman e Inderjit Singh contaram a sua história.

“Nossa certidão de casamento é tão velha que amarelou”, brincou Feldman, 51 anos. Apesar das evidências, o casal já passou por três petições e cinco entrevistas, o que não bastaram para convencer as autoridades de imigração de que a união do casal não é falsa, com o objetivo de permitir que Singh, que tem 45 anos, consiga o green card.

No ano passado, depois de contratarem novo advogado para tentar de novo, o Serviço de Imigração se recusou a marcar nova entrevista, mencionando as respostas contraditórias que deram a perguntas sobre a roupa que Singh vestia quando se casaram, em 1993, e se ele havia levado Feldman para
jantar fora em seu último aniversário.

O casal talvez seja um caso extremo, mas não são únicos. As autoridades de imigração reforçaram as medidas de repressão a casamentos de conveniência, em meio à centenas de milhares de petições recebidas de cidadãos americanos que solicitam green cards para cônjuges.

As petições apresentadas por 20.507 cidadãos foram negadas no último ano fiscal, o que equivale a 7,2% do total. Um casal da Flórida passou dois anos lutando pelo reconhecimento de seu casamento, realizado há sete anos atrás, e no final tiveram de provar seu amor diante de um tribunal de imigração para impedir que a mulher fosse deportada de volta ao Peru; uma freira testemunhou em benefício dos dois, que trabalham em um mercado em Tampa.

Em um caso acontecido no Oregon, foram necessários quatro anos e dois processos federais para a aprovação do casamento entre uma americana e o marido argelino, que teriam dois filhos. Na documentação sobre o processo, surgiu a informação de que o governo detinha centenas de páginas de relatórios sobre a mulher e as pessoas com quem se relacionava.

Os funcionários da imigração afirmam que não têm autorização para discutir casos individuais, mas reconhecem que acontecem erros ocasionais. Apontam que cabe aos casais provar e que a duração de um casamento pode ser indicador tanto positivo quanto adverso.

“Pessoas casadas há oito ou 10 anos e que nada sabem uma sobre a outra?”, questionou Barbara Felska, agente de imigração no escritório de Stokes, New York, cujo trabalho é interrogar os cônjuges separadamente e depois comparar as respostas para determinar se o relacionamento entre eles é
real. “Um cônjuge que não sabe que doenças o outro tem, ou se ele sofre de pressão alta?”

Feldman e Singh apelaram das decisões adversas, mas se preocupam com a possibilidade de que ele venha a ser deportado antes que o apelo seja decidido. “Não consigo viver sem ele”, disse Feldman, que sofre de diabetes, asmas e uma deficiência visual.

Singh entrou nos Estados Unidos ilegalmente em 1992, mas pode receber o green card através do casamento. Ele calcula que já tenha gasto US$ 20 mil em honorários judiciais relacionados à sua situação de imigração.

O casal tem diversos documentos, como locação do apartamento, declarações
de impostos e extratos bancários. Mas a agência de imigração rejeitou esses documentos em sua mais recente apelação, apontando, por exemplo, que a conta bancária conjunta aberta por eles em 1997 tinha saldos baixos, US$ 8,11 e US$ 62,15, em dois extratos datados de 2008.

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