Casal perde guarda de crianças por filiação partidária

Por Gazeta News

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Um apolêmica tem sido provocada pelo caso dos pais adotivos britânicos que perderam a guarda de três crianças devido à sua filiação partidária, no Reino Unido. O casal, morador da localidade de Rotherham, havia adotado temporariamente as crianças como parte de um programa que permite ao governo britânico reduzir o número de menores em orfanatos do Estado, dando subsídios para que particulares lhes forneçam um lar provisório. As informações são da “BBC”.

As três crianças, todas com menos de 10 anos, seriam imigrantes de outros países da Europa e pertencentes a minorias étnicas. Elas viveram com o casal por oito semanas até que assistentes sociais descobriram que ambos estavam filiados ao partido UK Independence Party (UKIP), um partido de direita que prega a saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE) e políticas imigratórias mais duras.

O entendimento dos assistentes sociais de Rotherham foi que o casal não podia manter a guarda das crianças por pertencer a um partido "racista".

A decisão de retirar a guarda das crianças do casal filiado ao UKIP foi criticada tanto por integrantes do governo quanto pela oposição, que controla a prefeitura de Rotherham.

Os pais adotivos, ambos com 50 anos, disseram não terem sido consultados previamente sobre a retirada das crianças de sua guarda. "De um ponto de vista pessoal e egoísta, gostaríamos de ter as crianças de volta, mas estamos mais preocupados com seu bem-estar e não queremos traumatizá-las mais. Sabemos que não vai ser possível trazer essas crianças de volta. Elas são vítimas inocentes nisso tudo", disse a "mãe adotiva".

A diretora de assuntos ligados à infância e adolescência da prefeitura, Joyce Thacker, defendeu a decisão. "Tenho de seguir instruções legais na distribuição das crianças para as famílias adotivas e já fui criticada no passado por não garantir que as suas necessidades culturais e éticas fossem atendidas. Se o mantra do partido é, por exemplo, acabar com a promoção ativa do multiculturalismo, tenho de considerar isso na hora de decidir."

Segundo Thacker, as três crianças haviam sido alocadas com o casal em um esquema emergencial, mas não estava previsto que ficassem com eles por muito tempo.