Casamento ou Divórcio? Qual é a melhor escolha? - Viver Bem

Por Karina Lapa

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Há quem diga que casamento é uma das coisas mais difíceis da vida. Manter-se feliz ao lado de outra pessoa por anos a fio, e dedicar tempo e energia, a fazer o outro feliz, nao é tarefa fácil.

Em um país onde, de cada 2 casamentos, um termina em divórcio, parece até fácil responder qual dos dois ganha a batalha. Aqueles que se mantêm casados, vão responder que o casamento, embora requerindo um trabalho e investimento diários, ganha, mas os que estão contemplando ou já se divorciaram - sem hesitar - concluem, divórcio é a saída para acabar com a “miséria pessoal.”

Vamos considerer algumas variáveis que talvez te ajudem a pensar melhor, e colocarem julgamento sobre quem, na verdade ganha, ou perde, com os dois.

Hoje, já existe em alguns estados americanos um requerimento em que os casais com filhos são obrigados a tomarem aulas acerca do impacto de divórcio na vida das crianças, ou até mesmo que o casal “de um tempo” antes de se divorciarem de fato. Lembrem-se que, as crianças nao têm poder, nem voz de decisão, sobre algo que afetará a sua vida para sempre. E digo, para sempre, porque divórcio é para sempre.

Até concordo com a decisão de que os pais participem de aulas sobre os prós e os contras do divórcio, que deem um tempo, e que procurem uma terapia pré-divórcio, para que possam, de forma prática, entender todas as mudanças que os aguardam quando as separação é inevitável. Isso, além de ser benéfico para o casal, demonstra responsabilidade desses pais com os seus filhos. Aliás, em relação a divórcio, a decisão é em quase todos os casos uma decisão unilateral. Mesmo em casos onde o casamento já está tão deteriorizado, e desgastado, sempre há um que decide, enquanto a outra parte fica, às vezes, impotente, ou agonizando com a decisão.

Depois de ter trabalhado por anos com casais à beira do divórcio, estou cada vez mais certa de que o casal agonizante faria ou daria tudo por mais uma chance de fazer dar certo, ou de tentar mais uma vez reverter a situação.

Existem, claro, casamentos tóxicos, e extremamente disfuncionais, ou até mesmo onde a codependência deteriorou a relação. Casos onde há abuso físico, sexual, ou emocional; onde há dependência de drogas ou de álcool. E mesmo assim, há excessos, onde as duas partes estão tão motivadas, e vão lutar para que a transformação aconteça. Uma minoria de casos, mas mesmo assim, existe. E o mais interessante é que, quando isso acontece, a relação é transformada, e dá certo. O casal se torna mais feliz, e a relação mais benéfica. Melhorar a saúde afetiva e emocional de qualquer relação é sempre possível. É só ter os instrumentos apropriados e corretos para que isso aconteça. As pesquisas nos mostram que as 3 maiores razões para o divórcio são : falta de comunicação, incompatibilidade, ou o “ter sonhos e ideais, metas diferentes”, e a incapacidade de lidar com conflito.

Outra aspecto a considerar é que da mesma forma em que se está exigindo que os casais atendam aulas de pré-divórcio, penso que também deveria existir uma regra para uma aula antes do casamento. E até para que as partes possam tirar uma “licença” para estar apto para casar. Para uma decisão tão definitiva, séria, e com tantas implicações, é o mínimo que se pode requerer de duas pessoas, que querem fazer um pacto de “para sempre, até que a morte nos separe”, não acha? Aliás, prevenção é sempre melhor do que tratamento.

Lembrem-se que outro dado que temos das pesquisas, e contrário à crença popular, é que as pessoas casadas, e bem casadas, vivem mais tempo, são mais saudáveis, e têm maior estabilidade financeira. Portanto, se você se encontra em uma situação onde o divórcio é para você a sua “libertação” e a salvação para os seus problemas, pense 2 vezes antes. Considere a possibilidade de trabalhar a relação, de chegar em um entendimento, e manter a sua família, e de continuar colocando os seus filhos para dormir à noite - você e o seu conjuge juntos.