Caso Barahona: professores contam histórias dramáticas de Nubia na escola

Por Gazeta News

Muito antes da morte, Nubia Barahona tornou-se uma história de terror dentro do sistema de adoção, os professores da escola em que estudava já notavam sua aparência e comportamento perturbadores.

Nubia, de 10 anos, agia como uma “mãe”, frequentemente parando para verificar o estado de seu irmão gêmeo, Victor, de acordo com a professora da primeira série, Emily Rodriguez. As informações são de acordo com centenas de documentos que o condado de Miami-Dade liberou no dia 16. Os documentos incluem depoimentos de professores e funcionários da escola que estavam preocupados com a obsessão da menina por comida, e sua aparência sempre suja e descabelada, antes de sua morte em fevereiro deste ano, alegadamente nas mãos dos pais adotivos. Sua condição física deteriorava-se mais a cada dia.

“Ela chegou cheirando a urina um monte de vezes, e seu cabelo estava sempre desarrumado,” Rodriguez disse aos promotores.

Outra professora, Viviana Rodriguez, lembrou de Nubia com molho de maçã em seu cabelo por dias sem lavar. “Ela guardava comida do refeitório”, disse ela. “Quando havia, por exemplo, cenouras em um pequeno recipiente ou qualquer coisa que ela poderia trazer que era selada para a sala de aula, ela pegava. Ela colocava tudo dentro de sua mochila”.

Seus pais adotivos, Jorge e Carmen Barahona, são acusados de assassinar e torturar Nubia e seu irmão gêmeo. Os promotores dizem que o casal bateu, torturou e não alimentou os gêmeos durante meses dentro de sua casa em Miami-Dade.

O corpo em decomposição de Nubia, embebido em produtos químicos, foi descoberto na parte traseira da caminhonete de Jorge Barahona, no acostamento da I-95, em West Palm Beach, no dia dos namorados. Victor, mergulhado em produtos químicos, estava vivo, mas gravemente ferido. Jorge Barahona estava desmaiado nas proximidades.

O caso lançou um holofote no Florida Department of Children and Families, que junto com o Florida Guardian Ad Litem Program, apoiou a adoção dos gêmeos, apesar de numerosas queixas sobre o Barahonas.

Três vezes, entre 2006 e 2010, os funcionários da Blue Lakes Elementary School ligaram para o disque denúncia de abusos de crianças apresentando suas preocupações com o estado de saúde de Nubia e seu comportamento. O Barahonas, meses antes do assassinato, tiraram os gêmeos da escola. Mas, um comitê formado para investigar a morte descobriu que nenhuma das reclamações foram fornecidas ao psicólogo que avaliou a aptidão dos Barahonas para adotar os gêmeos.

O Barahonas são acusados de assassinato em primeiro grau e abuso de crianças, mas se declararam inocentes. Os promotores estão querendo a pena de morte.