Assassinato envolvendo canibalismo continua sem resposta

O suspeito do horrível duplo assassinato canibal continua internado e a polícia junta informações para desvendar o motivo de um dos  ataques mais horrendos da história do condado de Martin, na Flórida. Autoridades e vizinhos ainda estão reunindo detalhes do caso que tem atordoado todo o país , inclusive o xerife do Condado de Martin, William Snyder. As vítimas foram identificadas como Michelle Stevens, de 53 anos, e seu marido, John Stevens, de 59 anos. Policiais disseram que o casal foi esfaqueado na garagem de casa por Austin Harrouff, um estudante da Universidade do Estado da Flórida, e que não o conheciam. Os primeiros policiais que chegaram ao local encontraram Harrouff em cima de John Stevens, mordendo e removendo pedaços de rosto da vítima com os dentes.

"O que torna tão difícil para todos nós processarmos é que ele estava aparentente tranquilo e lúcido", disse ele. "Para todos nós, nada disto faz sentido. Não há nada neste caso que parece fazer sentido. "

Quando ele for liberado do hospital e levado para a cadeia, o porta-voz do xerifeTrisha Kukuvka disse que ele será acusado de assassinato em primeiro grau pela morte da família Stevens, tentativa de homicídio em primeiro grau para Jeff Fisher, roubo armado e resistência à prisão, sem violência.

Um teste inicial não detectou uso de drogas comuns, como maconha, cocaína e heroína. As amostras do sangue, cabelo e DNA foram enviadas para o Departamento de Lei da Flórida e para o  laboratório do FBI em Quântico, Virgínia, para mais testes.

A questão que intriga a todos é: por que Austin Harrouff, um jovem de  19 anos, estudante do segundo ano de ciências da Universidade Estadual da Flórida, de um irmão da fraternidade aparentemente normal, se transformou  num assassino canibal?

Imagens da câmera de segurança  mostraram Harrouff caminhando calmamente para fora do restaurante, na noite de terça, 16, vestido uma camisa pólo azul, calça branca e um boné, por volta de 8:30pm. Ele caminhou por mais de três milhas  em Island Way em direção à casa de seu pai, em Kokomo Lane.

Desde sexta-feira, 19, Harrouff estava em estado crítico ligado a tubo de respiração, vigiado por policiais de Martin County e está previsto para ser liberado no início da próxima semana. Ele não falou ou viu sua família desde que chegou ao hospital.

A mãe do estudante, Mina Harrouff, disse que seu filho saiu do jantar e não tinha sido visto desde então. Seus amigos, companheiros e colegas da universidade não conseguiram encontrá-lo, ela disse, porque ele não estava carregando seus documentos ou telefone.

Como os policiais do Departamento de custódia de Martin County não sabiam seu nome verdadeiro, deram um outro nome a Austin. Durante as buscas, os amigos de Austin Harrouff foram até o departamento de polícia e perguntaram pelo amigo desaparecido, mas como deram outro nome, não identificaram e foram embora, disse o xerife Snyder.

Os policiais de Martin County  descobriram qual o verdadeiro nome por volta de 11:30pm, quando Mina Harrouff chamou a polícia de Júpiter pelo sumiço do filho. Ela disse à polícia que não acreditava que seu filho era um perigo para si mesmo ou aos outros. Um oficial foi até a sua casa, que fica a três milhas da cena dos assassinatos, para  preencher um relatório de desaparecimento e descobriu que poderia ser o jovem envolvido no assassinato.

Horas antes do memorial da família Stevens na sexta-feira, 19, um advogado que representa a família Harrouff fez a única declaração até agora.

"A família Harrouff expressa a sua mais profunda simpatia para a dor e o sofrimento causados por Austin Harrouff", disse. "Não há palavras que podemos oferecer para dar qualquer conforto real para esta perda trágica".

Os pais declararam ainda que, apesar de abalados, vão colaborar para que tudo seja esclarecido. "Nós amamos nosso filho e sabemos que ele não é a pessoa que alguns estão pensando ser por causa do que aconteceu. Vamos permitir que o processo legal seja completo para que os fatos sejam esclarecidos".

Fonte: Miami Herald.