CDC adverte para infecção parasitária e gás tóxico em piscinas

Por Gazeta News

pool by cristi.ionita

Os surtos de uma infecção causada por diarreia parasitária ligada a piscinas e playgrounds aquáticos dobraram nos Estados Unidos de 2014 a 2016, de acordo com o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade divulgado na última quinta-feira, 18, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention).

Apelidado de Crypto, este parasita se espalha através do contato com as fezes de uma pessoa infectada. "Cryptosporidium é um germe que pode causar diarreia por até três semanas", afirma Michele Hlavsa, chefe do programa de natação saudável do CDC. Em crianças, também pode causar má nutrição e ser fatal.

Os sintomas da infecção incluem diarreia aquosa, cólicas estomacais, náuseas e vômitos, possivelmente levando à desidratação.

Aumento de casos nos EUA

Os casos de infecção pelo patógeno nos EUA triplicaram desde 2004, segundo o CDC. Em 2016, houve 32 relatos de focos ligados a piscinas ou playgrounds aquáticos nos EUA, o dobro em comparação com 16 casos dois anos antes. Em 2013, foram 13 casos relatados; 2012 foram 16 focos e em 2011, 20 casos de surtos foram relatados pelo parasita em todo o país.

Somente em Ohio, 1.940 pessoas ficaram doentes por crypto no ano passado e de 2012 até 2015, foram 571 casos. O estado do Arizona identificou 352 pessoas com a infecção em 2016.

Prevenção

O parasita é extremamente difícil de matar com níveis normais de cloro nas piscinas, razão pela qual é importante a prevenção, segundo o CDC.

Milhões de parasitas cryptosporidium podem ser liberados na urina ou fezes de um humano ou animal infectado, de acordo com o CDC. Entre as orientações do CDC, os pais devem alertar os seus filhos para não engolir água durante a natação, acrescentando que engolir até mesmo um único bocado de água contaminada pode causar doença e evitar comprar brinquedos que incentivam engolir água, como copos.

O CDC orienta ainda que, as crianças devem ser levadas em intervalos regulares ao banheiro e a troca de fraldas deve ser feita no local apropriado e não ao lado da piscina.

Geralmente, as piscinas de casa têm menos risco de contaminação por ter menos pessoas.Mesmo assim, mesmo em águas devidamente tratadas, o cripto pode sobreviver até 10 dias. No entanto, o CDC não recomenda o aumento nos níveis de cloro em piscina devidamente tratada para tentar evitar o problema.

Contaminação de água e alimentos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em todo o mundo o parasita tem afetado fontes de água, incluindo poços privados, águas pluviais e escoamento agrícola. Sistemas de tratamento de água também podem ser contaminados através das fezes de seres humanos ou de animais infectados.

O patógeno também pode estar contaminando cada vez mais os alimentos, incluindo leite cru e carne, cidra de maçã, leite fermentado, saladas e vegetais crus, que já causaram surtos.

Tratamento

A maioria das pessoas com sistemas imunológicos saudáveis se recuperam sem tratamento, mas se a diarreia persistir por mais de três dias, os pacientes devem entrar em contato com o médico.

Gás tóxicos em piscinas

Falhas no equipamento e erro humano podem levar à liberação de gás cloro tóxico em piscinas públicas e locais de água, como ocorreu em um episódio alarmante na Califórnia, em junho de 2015.

Cerca de 50 pessoas estavam em uma piscina pública ao ar livre do Contra Costa County quando 34 começaram a vomitar, tossir ou sentir irritação nos olhos.Um mau funcionamento do controlador químico permitiu que o hipoclorito de sódio reagisse com ácido muriático, levando à liberação de gás cloro tóxico.

Em todo o país, mais de 4.800 pessoas foram hospitalizadas com problemas de saúde relacionados à química da piscina em 2012, de acordo com o relatório.

Para evitar esses acidentes, “os produtos químicos da piscina precisam ser manuseados, armazenados e monitorados adequadamente”, aponta o CDC.Os operadores de piscinas e o pessoal devem ser treinados na segurança química das piscinas, bem como na operação e manutenção adequadas do equipamento.

O CDC desenvolveu o Model Aquatic Health Code (Modelo de Código de Saúde Aquática) uma colaboração contínua entre federal, estadual e local saúde funcionários, além de representantes do sector aquático.