Centenas de estudantes faltam às aulas em Palm Beach no "Dia Sem Imigrantes"

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_137758" align="alignleft" width="300"] Vários imigrantes fecharam as portas de estabelecimentos e alunos faltaram à escola em protesto. Reprodução vídeo NBC Miami.[/caption]

Estudantes,trabalhadores e donos de empresas do sul da Flórida se uniram ao resto da nação na greve do "Dia Sem Imigrantes", em repreensão às políticas de imigração do presidente Donald Trump, na quinta-feira, 16.

Muitas pessoas não foram trabalhar, empresários não abriram seus negócios, ficando restaurantes e lojas fechadas durante todo o dia, e alunos não foram à escola.

Em uma escola do Condado de Palm Beach, a Highland Elementary, 437 alunos, que soma35% do corpo estudantil, não compareceram às aulas.

Outras escolas em Palm Beach County também tiveram ausências de alunos. Já em Miami-Dade e Broward, funcionários das escolas públicas disseram que o comparecimento não foi significativamente afetado.

Em Miami-Dade, uma porta-voz das escolas disse que o comparecimento foi de 92%, comparado com 95% no dia anterior.Em Broward, o balanço ainda não estava disponível.

A filha da goianense Rosângela Melo, 37 anos, que mora em Pompano, acabou indo para a aula por insistência dos pais, mas gostaria de ter participado do protesto. Os pais de Andressa, de 13 anos, são imigrantes indocumentados e não foram trabalhar porque segundo eles, houve certa pressão de conhecidos e colegas de trabalho para que não fossem. " A gente fica em dúvida do que é menos pior fazer para não sermos prejudicados. Não queríamos faltar, mas como estamos há menos tempo aqui na Flórida e colegas falaram que não adiantaria ir, ficamos em casa", esclareceu Rosângela, que trabalha com limpeza de casas e seu marido com construção e pintura.

Durante o protesto, dezenas de pessoas se reuniram em frente ao prédio de Homestead City Hall. A cidade tem uma grande população imigrante decorrente, em parte, dos trabalhadores agrícolas que trabalham nos campos em South Miami-Dade.

O protesto de quinta-feira aconteceu em todo o país chegando até mesmo ao aoCapitólio,onde, segundo aAssociated Press, uma cafeteria do Senado fechou porque os funcionários não apareceram para trabalhar.

Bares, restaurantes e setor de construção tiveram maior adesão à greve

Os protestos tiveram um maior impacto sobre a indústria de restaurantes, que há muito tem sido o primeiro local de trabalho para muitos imigrantes, com seus empregos como auxiliares de cozinha e garçons.

Bares de sushi, churrascarias brasileiras, restaurantes mexicanos e estabelecimentos de refeições finas em Nova York, San Francisco e outras grandes cidades fechadas para o dia, seja porque os trabalhadores ficaram em casa ou os proprietários simpatizaram com seus funcionários imigrantes.

A indústria da construção, também, sentiu os efeitos do protesto, como muitas empresas de construção empregam um grande número de imigrantes.

Trump pretende aumentar as deportações, construir um muro na fronteira mexicana e fechar temporariamente as portas do país a 70 milrefugiados de todo o mundo e imigrantes de sete nações de maioria muçulmana – tal ordem está suspensa pelo tribunal de apelações desde a semana passada e deverá ser emitida nova ordem na próxima semana, segundo o presidente.

Com informações do Miami Herald e NBC Miami.