A chance de que a economia americana caia em uma recessão nos próximos 12 meses cresceu para 36%, de acordo com uma pesquisa feita com 52 economistas realizada pelo diário financeiro americano “The Wall Street Journal” entre os dias 7 e 10 deste mês. Há um mês, a avaliação era de que a chance de ocorrer uma recessão era de 28%.
A crise do mercado de crédito de risco em curso e a desacele-ração no setor imobiliário são os fatores que devem puxar para baixo a economia do país, diz a pesquisa. “A economia vinha sendo abastecida pela rápida expansão do crédito, e eu acho que isso acabou”, disse o economista-chefe da FBR Capital Markets, Steve East, que foi consultado na pesquisa.
Para ele, o risco de uma recessão nos EUA está em 60%. “Essa é a mensagem da turbulência no mercado de crédito: a economia não vai mais ter tanto combustível para continuar a acelerar.”
Para 60% dos entrevistados, a crise das hipotecas e a turbulência nos mercados financeiros de risco está na metade, enquanto os outros 40% disseram que o processo ainda está em seus estágios iniciais.
O economista da consultoria Alliance Bernstein Joseph Carson avalia que o risco de recessão no país é de 5%. Para ele, o setor imobiliário da economia continua a representar um risco, mas os consumidores já fizeram seus ajustes à nova situação de desvalorização de seus imóveis. “Acreditamos que as tendências de gastos ainda apontam para um crescimento modesto, não uma recessão.”
As expectativas sobre a economia americana apresentadas na pesquisa também sofreram o impacto da divulgação, na semana passada, da eliminação de 4.000 empregos no país em agosto. Foi o primeiro resultado negativo desde 2003. As previsões dos economistas consultados pelo “WSJ” para a taxa de desemprego, neste ano, são de 4,8% (contra 4,6% atualmente).
Juros
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) deverá cortar sua taxa de juros na próxima reunião do banco na opinião de 85% dos economistas entrevistados. Até meados de 2008, a expectativa é de que a taxa do Fed caia para 4,5% ao ano (contra os atuais 5,25%).
O presidente do Fed, Ben Bernanke, recebeu uma nota 82 (em uma escala de 100 pontos) por sua atuação à frente do banco. Aproximadamente dois terços dos entrevistados disseram que sua resposta à crise no mercado financeiro (o banco já liberou quase US$ 200 bilhões para evitar uma crise de liquidez no sistema bancário e reduziu sua taxa de redesconto em 0,5 ponto percentual). Os demais disseram que ele foi lento ao agir para conter a crise.

