Charles e Camilla cumprem agenda sem glamour nos EUA

Por Gazeta Admininstrator

O príncipe Charles e sua mulher, Camilla Parker-Bowles, duquesa da Cornuália, completam nesta quinta-feira o terceiro dia de uma viagem pelos Estados Unidos com pouco glamour, na qual boa parte da agenda é dedicada a causas públicas que o herdeiro do trono britânico defende.

O casal, homenageado na noite desta quarta-feira com um jantar de gala na Casa Branca, tinha previsto assistir nesta quinta-feira, em Washington, a um seminário sobre osteoporose, em cuja campanha de prevenção Camilla está engajada.

Outro compromisso previsto é a visita ao National Building Museum, onde Charles recebe um prêmio por seu antigo interesse pela arquitetura.

"Através de seus discursos, publicações e obras de caridade, o príncipe de Gales expressou a necessidade de um crescimento equilibrado das cidades, promovendo o tradicional planejamento urbano e elevando o nível de conscientização em relação à arquitetura", disse David Schwarz, presidente do júri do Prêmio Scully.

Seminário religioso

À tarde, Charles e Camilla planejavam assistir a um seminário religioso na Universidade de Georgetown, antes de concluir o terceiro dia de sua viagem pelos EUA --a primeira oficial desde seu casamento, em abril-- com uma recepção na embaixada britânica.

A viagem de oito dias, planejada para destacar a militância de Charles em várias causas públicas, também permitirá ao príncipe avaliar os sentimentos do público em relação a Camilla em um país onde sua primeira mulher, a princesa Diana, morta em 1997, é considerada um mito.

A julgar pelos dois primeiros dias, a viagem real está muito longe de despertar o entusiasmo com que foram recebidos, 20 anos atrás, Charles e Lady Di, que conquistou os EUA e protagonizou uma dança memorável com o ator americano John Travolta na Casa Branca.

A imprensa americana não tem se mostrado muito acolhedora com o casal e os tablóides têm se concentrado nos trajes de Camilla, apelando para adjetivos como "ultrapassado" e "desastre".

Artigo

No entanto, em artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal "The Washington Post", a colunista Tina Brown destacou que, aos 56 anos, Charles parece finalmente ter encontrado a si mesmo.

"Uma das muitas ironias sobre a vida do príncipe Charles é que ele teve uma crise da meia idade às avessas", escreveu Brown.

"Primeiro, conquistou uma deslumbrante 'mulher-troféu' (...) e depois passou a metade da vida desejando a tranqüilidade de uma mulher de sua idade", acrescentou.

Outro artigo publicado no mesmo jornal destacou que o príncipe herdeiro e o presidente americano, George W. Bush, pareciam ter muito em comum no jantar desta quarta-feira, na Casa Branca.

"O príncipe é um homem que deve sua destacada posição na vida inteiramente ao feliz acidente de ter nascido em uma família rica e poderosa", diz o artigo. "O presidente é um homem que deve sua destacada posição na vida... parcialmente ao feliz acidente de ter nascido em uma família rica e poderosa", acrescentou.

Charles e Camilla iniciaram sua viagem de oito dias pelos EUA nesta terça-feira, em Nova York, onde visitaram o local onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center, derrubadas após os ataques terroristas de 2001. Eles também assistiram a uma recepção no Museu de Arte Moderna (MoMA). Charles se reuniu, ainda, com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan.

Nesta sexta-feira, o casal depositará uma oferenda em um novo monumento dedicado aos veteranos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), fará uma visita relâmpago à cidade de Nova Orleans, devastada pelo furacão Katrina, e depois se dirigirá a San Francisco.

Na Califórnia (oeste), Charles e Camilla encontrarão produtores dedicados à agricultura orgânica --outros dos interesses do príncipe--, jantarão com empresários e participarão de uma representação de "Beach Blanket Babylon", uma extravagante paródia musical.