Desde o nascimento do filho, a preocupação da mãe única: se ele está bem alimentado. Primeiro vem a amamentação, depois a introdução das primeiras colheradas, depois vem o ritual da introdução das comidas sólidas. Se algo dá errado nesse processo, é quase certo que o estresse se instala na mãe e no bebê.
“Costumo dizer que é como se você estivesse em um avião. Se você nota que as aeromoças estão estressadas, você também se estressa. Com o filho é igual: se a mãe se estressa na hora da alimentação, ele também se estressará”, explica Tammy Mora Achkar, chef e mãe, que está vindo de São Paulo para ministrar um workshop em Boca Raton, no dia 3 de setembro.
Na rede social Instagram como “Primeirascolheradas” e com um blog para entrar no ar em breve, Tammy estudou gastronomia no Senac em São Paulo, depois de 13 anos trabalhando no mercado financeiro. Ela buscava um plano B na vida e foi no dia seguinte em que saiu do banco Santander que descobriu que já estava grávida de três meses. Antes de pensar em ter um filho e mesmo de se casar, Tammy já se interessava pela alimentação infantil. “No Brasil, as opções de marcas são poucas e o acesso a alimentos orgânicos é bem menor”, disse. “No interior de São Paulo existe uma empresa chamada Papa Rica, que distribui papinhas em domicílio, mas é um mercado escasso”.
Aprendendo com o filho
Mas com a vinda de Rafael, hoje com 1 ano e oito meses, a vida de Tammy se transformou e ela foi provar na prática tudo que aprendeu na teoria.“Eu estudei tudo sobre cadeia alimentar, combinação de alimentos, mas quando introduzi as papinhas, ele vomitava. Foi assim por um mês e eu comecei a me desesperar”, relata. “Foi aí que um pediatra me ensinou a lição fundamental: eu não posso passar meu estresse para ele”.
Depois que Tammy relaxou foi que pôde colocar a ideia toda em prática. E foi seu filho, na época com aproximadamente seis meses, que foi seu principal professor!
Consultoria
Tammy percebeu que cozinhar todos os dias gerava muito desperdício e criou um método próprio para fazer os alimentos separadamente e congelá-los. Suas amigas começaram a pedir ajuda e ela começou a fazer consultorias em suas casas, ajudando-as a cozinhar. Foi então que isso virou seu trabalho. “Eu não faço as papinhas, mas ajudo as mães em todo o processo, indo em suas casas e passando de cinco a seis horas”, explica.Esse processo inclui entender a cadeia alimentar, a capacidade gástrica, o intestino, o emocional, acabar com a tensão, o desenvolvimento do maxilar, do paladar. “O ‘primeirascolheradas’ abrange muito mais”.
O principal, segundo Tammy, é: um bebê de seis meses de idade já tem capacidade de apreciar um prato colorido e compreender os sabores. E isso irá ajudar na transição para as comidas sólidas.
“Se o bebê come papinhas, nas quais se mistura tudo com água e coloca no liquidificador, ele terá mais dificuldades ao passar pelos sólidos. É aí que reside o perigo. Se ele não come, a mãe fica desesperada e acaba dando o que ele quer... e geralmente o que ele quer, não é o mais saudável”, explica a chef.
Serviço
O workshop será no dia 3 de setembro, das 5:30am às 8:30 pm, na academia FitRX, em Boca Raton. O espaço para a participação já está esgotado, mas Tammy diz que estará de volta na Flórida em outubro. Interessados devem entrar em contato pelo e-mail: [email protected], ou acessar o Instagram: Primeirascolheradas.