Brasileiro está entre as mais de 100 vítimas da tempestade Sandy nos EUA

Por Gazeta News

pai-filho

Pelo menos 102 pessoas morreram nos Estados Unidos em decorrência da passagem da Tempestade Sandy, que antes era considerada um furacão. Os números ainda são objeto de análise das autoridades. Na região de Staten Island, em Nova York, dois irmãos, de 2 anos e 4 anos, estão entre os mortos. Eles foram arrancados dos braços da mãe com a força da correnteza.

Brasileiro entre as vítimas

O brasileiro Tiago Ferreira Neto, de 54 anos, foi um dos mortos pela passagem da supertempestade Sandy pela Costa Leste dos EUA, segundo informações do “G1”.

Morador da cidade de Yonkers, em NovaYork, ele morreu quando seu carro atingiu uma árvore que havia sido derrubada pelos fortes ventos na cidade próxima de Greenburgh. O acidente aconteceu por volta das 19h45 de segunda-feira, 29, quando Ferreira Neto voltava para casa depois do trabalho.

A polícia afirma que ele dirigia um Toyota1988 quando ocorreu o acidente. Ele morreu na hora, segundo a família.

O filho de Ferreira Neto, Lincoln Rosa Ferreira Neto, disse ao “G1” que o pai foi trabalhar normalmente na segunda, apesar dos avisos sobre a chegada da supertempestade. Ambos trabalhavam como entregador de pizza na cidade de Armonk.

Ele saiu do trabalho às 19h e voltava dirigindo para casa. Em uma das estradas que usava como caminho, uma árvore havia sido derrubada pelos fortes ventos. Seu carro, que seguia pela faixa da esquerda, com maior velocidade, atingiu a árvore antes que pudesse desviar.

“A árvore já estava caída, não teve como ele ver, era logo depois de uma curva. O carro entrou debaixo da arvore, não tinha como ele desviar”, afirmou Lincoln.

Ele teve o pescoço quebrado e morreu na hora, segundo o filho. Quando os paramédicos chegaram, Ferreira Neto já estava morto, dentro do carro, com o cinto de segurança.

Contato

Lincoln havia falado com seu pai pela última vez por volta das 14h30 de segunda. “Ele disse que estava trabalhando, que a princípio ele não iria, mas depois os patrões mandaram ele ir trabalhar. Ele falou que estava muito movimentado, com várias entregas”, contou o filho, que disse não ter ficado preocupado. “Ano passado teve o (furacão) Irene, que não foi muita coisa, mas neste ano o estrago foi muito grande. Ano passado teve a mesma preparação, mas não aconteceu nada”.

Licoln tentou falar com o pai novamente por volta das 21h, e ele não atendeu. Ele continuou tentando até as 23h, sem sucesso. “Minha esposa falou que tinha acontecido algo. Liguei na casa dele, ele não atendeu, mas estava sem luz, eu achei que ele estava dormindo, não estava preocupado”, contou.

Na manhã de terça-feira, 30, o filho tentou contato novamente, sem sucesso. Ele foi então ao trabalho de seu pai, e descobriu que ele não havia aparecido. De lá, seguiu para seu trabalho, onde disseram que a polícia havia entrado em contato avisando que seu pai tinha se envolvido em um acidente.

“Liguei para o sargento, falei meu nome, disse que era filho, e ele contou que meu pai tinha sofrido um acidente. Perguntei onde ele estava, e o sargento disse ‘seu pai não sobreviveu’”, conta Lincoln. “Entrei em choque, não acreditei, comecei a chorar”. A família foi até o hospital, mas não conseguiu ver o corpo devido à gravidade dos ferimentos.

"O policial falou que não tinha como parar, se ele não tivesse batido seria o de trás. Teve outro acidente no mesmo local, mas o rapaz estava na faixa da direita, tinha o acostamento para desviar. Quebrou o vidro da frente do carro, mas o motorista sobreviveu", contou.

Recuperação

Aos poucos, a população tenta retomar a normalidade e a rotina. Em Nova York, os moradores que deixaram suas casas começam a retornar. O metrô da cidade ainda funciona de forma limitada, porque houve alagamentos em várias áreas por onde passam as linhas. As autoridades informaram que, apenas no domingo, 4, a eletricidade vai voltar à região de Lower Manhattan. Os moradores também voltaram às suas casas no litoral de Nova Jersey. Nos últimos dias, várias cidades do Leste dos Estados Unidos estão em estado de emergência devido à passagem da tempestade. Sandy provocou queda de energia, desabastecimento nos postos de combustíveis, alagamentos em várias ruas e praticamente desativou cidades, pois escolas, comércio e departamentos públicos não funcionaram nos dias em que a tempestade estava prevista. As informações são do “Terra” e do "G1".