China apóia proposta russa para crise com Irã

Por Gazeta Admininstrator

Irã insiste não ter intenção de produzir armas nucleares
O governo chinês afirmou que a proposta de enriquecer urânio na Rússia para atender às necessidades de eletricidade do Irã pode ajudar a acabar com o impasse sobre o programa nuclear iraniano.
Pela proposta, que não foi divulgada em detalhe, os governos do Irã e da Rússia formariam um consórcio para enriquecimento de urânio em território russo.

Em Pequim, o ministro do Exterior chinês, Kong Quan, disse que a ameaça de "sanções arbitrárias" complica as negociações com o Irã.

A proposta russa, segundo ele, seria "uma boa tentativa para acabar com o impasse".

"Nós somos contra o uso impulsivo de sanções ou ameaça de sanções para se resolverem problemas", acrescentou o ministro chinês.

O Irã tem negado repetidamente as acusações dos Estados Unidos de que o seu programa de enriquecimento de urânio tem como objetivo a produção de armas nucleares, insistindo que a preocupação do país é com a geração de energia.

O principal negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, está nesta quinta-feira em Pequim como parte de uma campanha para enfraquecer a iniciativa dos Estados Unidos e da União Européia de impor sanções contra o país.

Após visitar a Rússia, Larijani disse estar otimista sobre a proposta russa.

A China e a Rússia são membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com direito a vetar qualquer tentativa de impor sancões contra o Irã. Ambos têm defendido uma solução diplomática para o impasse.

Representantes desses dois países, dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e da França – os outros membros permanentes do Conselho de Segurança– terão um encontro em Londres nesta segunda-feira para tentar acertar uma posição comum para a reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), também ligada à ONU.

No dia 2 fevereiro, os 35 integrantes do conselho de governadores da AIEA, entre eles o embaixador brasileiro Celso Marcos Vieira de Souza, terão uma reunião de emergência em Viena, para discutir o caso do Irã.

A AIEA pode levar a questão ao Conselho de Segurança, abrindo caminho para a imposição de sanções contra o Irã, se conseguir apoio entre a maioria dos membros.