CIA diz usar métodos

Por Gazeta Admininstrator

A CIA emprega métodos "exclusivos" de interrogatório, mas eles não envolvem tortura, declarou Porter Goss, diretor-geral do principal serviço de espionagem internacional dos Estados Unidos. Entretanto, Goss não entrou em detalhes sobre quais seriam essas técnicas "exclusivas" usadas para extrair informações de prisioneiros.

Numa entrevista publicada hoje pelo jornal americano USA Today, Goss voltou a defender as práticas de interrogatório apoiadas pelo presidente dos EUA, George W. Bush, ao longo da guerra americana contra o que a Casa Branca considera "terrorismo".

"Esta agência não pratica tortura. A tortura não funciona", alega Goss. "Nós utilizamos meios legais para colher informações vitais e empregamos uma variedade de métodos exclusivos e inovadores, todos eles legais e desprovidos de tortura", prosseguiu. O Senado dos EUA aprovou na última sexta-feira um projeto de lei que proíbe a prática de tortura contra supostos terroristas sob custódia americana, apesar da pressão da Casa Branca contra a matéria.

O projeto de lei restringe as técnicas utilizadas pelos agentes americanos nos interrogatórios de estrangeiros suspeitos de "terrorismo" e proíbe qualquer forma de tratamento "cruel, desumano ou degradante" a esses prisioneiros. O autor do projeto de lei é o senador republicano John McCain, que foi prisioneiro de forças inimigas de Washington durante a Guerra do Vietnã.

Funcionários da Casa Branca asseguram que Bush vetará o projeto de lei que proíbe a tortura, que ainda precisa ser votado na Câmara dos Representantes dos EUA. Sem entrar em detalhes, Goss alegou que algumas das técnicas proibidas pela proposta de McCain geraram "informações valiosas" para os EUA.

Repetindo as queixas de altos funcionário do governo, entre eles o vice-presidente Dick Cheney, Goss disse ser importante que os agentes americanos tenham "flexibilidade" para lidar com suspeitos de "terrorismo" em outros países.

Durante a entrevista, Goss recusou-se a falar sobre informes segundo os quais a CIA utilizou centros secretos de detenção em bases militares na Europa Central. Diversos líderes europeus exigem investigações profundas sobre as supostas ações ilegais da agência americana de espionagem.