Cidades fizeram deportação em massa durante a Grande Depressão

Por Gazeta News

Uma das propostas mais recentes do republicano Donald Trump em sua candidatura à presidência dos Estados Unidos é a deportação em massa de milhões de imigrantes vivendo ilegalmente no país. Durante a Grande Depressão, condados e cidades no sudoeste dos EUA forçaram imigrantes mexicanos a sair do país, sob a preocupação que americanos estavam perdendo trabalho para os imigrantes. Ao mesmo tempo, devido à falta de emprego, os governos locais não tinham recursos para ajudar um número crescente de pessoas afetadas pela crise.

Como resultado, entre 500 mil e 1 milhão de imigrantes mexicanos foram expulsos do país durante a repatriação dos anos 30, forma como o procedimento ficou conhecido. De acordo com o US Citizenship and Immigration Services, um número muito pequeno dessas repatriações foi documentado pelo então Immigration and Naturalization Service. Muitas vezes, mexicanos foram enviados de volta ao México sem nenhum pedido formal. Outros, com medo de perseguição, deixaram o país voluntariamente. Em outros casos ainda, imigrantes foram aconselhados por programas de repatriação – que muitas vezes tinham um papel bastante coercivo.

Aproximadamente 60% daqueles que deixaram o país eram cidadãos americanos, de acordo com vários estudos. Algumas famílias perderam tudo o que tinham e bairros em cidades como Houston, San Antonio e Los Angeles ficaram vazios.

Hoje, a experiência ainda causa impacto sobre os latinos, 85 anos depois, dizem grupos pró-imigrante. O legado dessas repatriações continua em músicas, comumente tocadas em espanhol, que fala sobre deportação em massa e a separação das famílias, disse Lilia Soto, professora de Estudos Americanos na University of Wyoming. “Os sons são sobre a separação de famílias”, disse Soto.