No mundo atual, a urbanização é um processo que se renova, impulsionada pelas atividades industriais, comerciais e do setor de serviços. O principal desafio é melhorar a qualidade de vida nas cidades de maneira sustentável com a natureza e com a implementação de melhores sistemas de transporte público. Leia a seguir algumas novidades e estudos que surgiram neste ano de 2014.
Entre os dias 5 e 11 de abril de 2014, foi realizado em Medellín, Colômbia, o VII Fórum Urbano Mundial. Durante a realização deste evento, criaram uma nova aliança entre grandes organizações internacionais do mundo com o propósito de criar uma maior resiliência urbana com desenvolvimento social, econômico e ambiental das áreas urbanas, essa aliança recebeu o nome de “Colaboração Medellín para Resiliência Urbana”. Na prática, um dos principais objetivos é facilitar o fluxo de conhecimento e recursos financeiros para tornar as cidades mais resilientes às mudanças climáticas e seus desastres.
Entre as organizações participantes, estão o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR), o Grupo Banco Mundial, a Unidade Global para Redução e Recuperação de Desastres (GFDRR), Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), a Fundação Rockefeller, o Desafio 100 Cidades Resilientes, o Grupo de Liderança Climática C40, e o Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI).
Em outra ponta deste assunto, um novo estudo publicado pelos periódicos Proceedings B e Nature revelou que um número acima do esperado de espécies continua vivendo nas cidades e, caso haja a conservação de áreas verdes urbanas, elas podem se desenvolver. A partir dessa pesquisa, podemos considerar que as cidades não podem mais ser vistas como locais inférteis para a biodiversidade, mas podem se tornar numa positiva extensão da vida proveniente de florestas existentes nas proximidades das áreas urbanas.
Foram analisadas 147 cidades, em 54 foram avaliadas espécies de aves e, em 110, de vegetais. Em média, 8% das espécies de aves e 25% das espécies de plantas das regiões examinadas sobrevivem à urbanização do local. Percentuais que nos ajudam a concluir que, apesar da urbanização, as espécies nativas de uma área antes florestal sobrevivem e se reproduzem.
É um novo fenômeno de sobrevivência que não justifica a expansão urbana desordenada verificada em países de economias emergentes ou subdesenvolvidas incentivada pela especulação imobiliária, logística e ausência de uma gestão socioambiental para administrar o perímetro urbano e sua relação com a conservação de rios e áreas verdes. Afinal, há outras espécies que não conseguem sobreviver à urbanização e ao desmatamento.
Segundo matéria publicada no site “Carbono Brasil”, esse fenômeno de agregação da biodiversidade em áreas urbanas é chamado de Efeito Central Park, por causa do grande número de espécies que é encontrado no parque nova-iorquino, uma ilha verde dentro de Manhattan.