Ciência Cidadã - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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A ciência pode ser colaborativa e de livre acesso a todos, esse é um dos conceitos básicos da “ciência cidadã”. O conceito não é recente, pois a prática da ciência cidadã tem origem entre o fim do século XIX e início do século XX, mais precisamente, a partir de 1900, por meio da contagem coletiva de pássaros.

Até os dias atuais, grupos de voluntários contam pássaros seguindo regras de organizações como a da sociedade Audubon, uma ONG dos EUA. A ciência cidadã tem se ampliado graças ao avanço das telecomunicações e do uso da internet.

Utilizando as tecnologias atuais, como celulares e computadores, é mais fácil planejar etapas de um projeto e disponibilizar meios para o envio e compartilhamento de dados científicos em escala regional, nacional e internacional. Os dados são compartilhados como numa biblioteca virtual científica, onde cientistas de diferentes regiões e especialidades podem acessar informações, publicar e desenvolver a informações encontradas.

Além de cientistas profissionais, muitos desses ambientes virtuais permitem o acesso ao cientista cidadão, aquele que estuda e pesquisa de forma voluntária e amadora. Porém, é necessário incentivar o cientista cidadão, pois na maioria dos casos, não há oferta de remuneração na colaboração coletiva sobre determinado banco de dados científicos de acesso e publicação comum.

Alguns cientistas profissionais e acadêmicos desconfiam do programa e das aplicações da ciência cidadã, pelo duvidoso nível profissional, questionam sobre a veracidade de determinados dados. Além da falta de nível profissional, os cientistas apontam para a falta de treinamento dos cientistas voluntários, e indicam a ciência cidadão somente para casos de divulgação e educação, para os acadêmicos, descobertas feitas por voluntários amadores não devem valer como marco científico.

Porém, há programas e sistemas que criam um processo de análise e filtragem de informações coletadas por cientistas cidadãos, utilizando a comparação de dados ou senso comum coletivo entre os participantes. Nos projetos sérios de ciência cidadã, os cientistas voluntários colaboram com os cientistas acadêmicos e profissionais, mas não o substituem.

A ciência cidadã tem sido aplicada nas áreas da astronomia, por exemplo, e já se estende para o setor da sustentabilidade. Em julho de 2012, no Brasil, a Unifesp realizou um evento com especialistas em softwares e cidadãos comuns para colaborarem com a sustentabilidade. O objetivo foi o de incentivar o uso das tecnologias da informação para novos projetos e soluções sustentáveis. Apesar do evento ter sido realizado no Brasil, a ideia partiu de instituições de ensino superior de Pequim, China, da Citizen Ciberscience Centre, organização que ajuda cientistas de países em desenvolvimento a terem acesso a voluntátios na área de computação.