Cientistas conseguem "eliminar" o hormônio da fome

Por Gazeta Admininstrator

Cientistas tiveram sucesso ao suprimir significativamente os níveis do “hormônio da fome” chamado ghrelin, em suínos, usando meios minimamente invasivos de vaporizar o vaso sanguíneo principal que carrega sangue para a parte superior, ou fundo, do estômago. Cerca de 90% do ghrelin se origina do fundo, que não pode fabricar o hormônio sem suprimento de sangue.

“Com a embolização química da artéria gástrica, [procedimento] chamado de GACE (na sigla em inglês) não há cirurgia de grande porte”, disse o Dr. Aravind Arepally, professor de radiologia da Universidade John Hopkins, nos EUA. “Em nosso estudo com porcos esse procedimento produziu um efeito similar ao da cirurgia bariátrica, ao suprimir níveis de ghrelin e subsequentemente redu-zindo o apetite.”

Aravind publicou seu estudo na edição de 16 de setembro da revista científica Radio-logy onde reportou que os esforços durante mais de uma década tiveram pouco sucesso ao tentar suprimir o hormônio ghrelin.
Cirurgia bariátrica (também conhecida como cirurgia de redução do estômago) é eficaz para suprimir o apetite levando a emagrecimento significativo, mas é uma cirurgia de grande porte (com exceção desta cirurgia experimental) com riscos substanciais de complicações “A obesidade é o maior problema biomédico dos EUA. Uma alternativa minimamente invasiva faria uma enorme diferença , de escolha e resultados, para as pessoas obesas”, disse Aravind.

O médico e seus colegas conduziram seu estudo, durante quatro semanas, utilizando 10 porcos saudáveis em crescimento; depois de uma noite de jejum, eles foram pesados e amostras de sangue foram colhidas para medir os níveis do hormônio da fome. Os porcos foram a melhor opção, segundo ele, por causa da anatomia e fisiologia similares à dos humanos.

Guiados por raios X, os membros da equipe de pesquisas introduziram um tubo fino através de um grande vaso sanguíneo dos animais até as artérias gástricas que levam o suprimento de sangue para os estômagos. Em cinco porcos os cientistas injetaram um composto químico que destruiu a artéria. Em outros cinco porcos (controle) os cientistas injetaram apenas uma solução salina.

Um mês depois os pesquisadores coletaram novamente sangue dos animais e descobriram que os níveis de hormônio, nos porcos que tiveram suas artérias vaporizadas, haviam suprimido mais até 60%.
“O apetite é complicado por que envolve tanto a mente quanto o corpo. Os níveis de ghrelin flutuam, durante o dia, respondendo a todo tipo de cenários emocionais e psicológicos. Mas mesmo que o cérebro diga ‘produza mais ghrelin’, o GACE evita fisicamente que o estômago fabrique mais hormônio da fome”, disse Aravind.

Mulheres têm mais dificuldade em “fechar a boca”
Um estudo realizado no Departamento Norte-Americano de Energia do Laboratório Nacional de Brookhaven mostrou que os homens, não as mulheres, são capazes de controlar o impulso de comer sua comida favorita.
Os resultados podem ajudar a compreender o porquê de taxas de obesidade serem mais comuns entre as mulheres do que entre os homens, e porque as mulheres têm mais dificuldades de perder peso.

“Nossas descobertas podem ajudar a compreender o mecanismo neurobiológico que fundamenta a habilidade de evitar a ingestão de comida, além de sugerir novos métodos farmacológicos ou outras intervenções para ajudar as pessoas a regularem seus comportamentos alimentares e manterem uma dieta saudável”, disse Gene-Jack Wang, autor principal do estudo.

Os cientistas utilizaram tomografia de emissão de pósitrons para mapear a atividade cerebral de 13 mulheres e 10 homens (todos voluntários), ao serem submetidos a observar e sentir o cheiro de suas comidas favoritas, mas não comê-las.

Quando os cientistas pediram, eles deviam evitar a comida e a vontade de qualquer maneira. Chegou-se à conclusão de que homens conseguem controlar o impulso com muito mais facilidade do que mulheres.

“Mesmo quando as mulheres diziam não estar com fome, suas atividades cerebrais continuavam as mesmas”, afirmou Wang. “Já os homens, quando deviam evitar a comida, apresentavam uma diminuição considerável em suas atividades cerebrais, mostrando maior controle.”