Cientistas da Holanda criam anticorpo que neutraliza ação do coronavírus

Por Gazeta News

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Cientistas da Universidade de Utrecht, do Erasmus Medical Center e do Harbor BioMed, na Holanda, publicaram na segunda-feira, 4, a descoberta de um anticorpo capaz de neutralizar o Sars CoV-2, o coronavírus responsável pela Covid-19. O artigo foi publicado pela revista "Nature Communications".

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É um passo inicial, mas promissor para encontrar tratamentos e conter a propagação da pandemia. O anticorpo experimental pode ajudar a prevenir ou tratar a covid-19 e doenças relacionadas, isoladamente ou com uma combinação de medicamentos. Os anticorpos são proteínas produzidas pelo próprio corpo humano capazes de reconhecer e neutralizar micro-organismos, como vírus e bactérias. Eles são produzidos pelos linfócitos B, células do sistema imunológico. São eles que lutam contra invasores como o novo coronavírus. A equipe de pesquisadores estrangeiros já estudava anticorpos direcionados ao Sars CoV, vírus da mesma família que causou uma epidemia na China em 2002. E, assim, o grupo pensou em testar o painel de opções descoberto também para o novo coronavírus, o Sars CoV-2, responsável pela atual pandemia em 2020. [caption id="attachment_198407" align="alignright" width="316"] Anticorpos neutralizam ação do vírus. Imagem: Revista Nature.[/caption] "É um trabalho muito preliminar. Mas é o primeiro publicado, eu sei que tem outros que estão até mais adiantados. Eles [pesquisadores] já trabalhavam com anticorpos, e tinham esse que era metade humano e metade rato. Eles imunizaram os ratos, e tinham esse painel de anticorpos. Adaptaram em uma versão para os humanos", disse a pesquisadora Ana Maria Moro, do Instituto Butantan, que também pesquisa a produção de anticorpos monoclonais neutralizantes no Brasil. De acordo com Berend-Jan Bosch, líder da pesquisa na Universidade de Utrecht, o novo anticorpo foi capaz de neutralizar o Sars Cov-2 em células in vitro. O co-autor Frank Grosveld, do Erasmus Medical Center e diretor-científico da Harbor BioMed, disse o anticorpo é "totalmente humano": "O anticorpo usado neste trabalho é 'totalmente humano', permite que continue mais rapidamente o desenvolvimento e reduz potenciais efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico", disse Grosveld.  Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.  Leia também  EUA anunciam ajuda de R$ 5,2 milhões ao Brasil para combate ao coronavírus