Cientistas dos EUA usam nanocélulas para tratar câncer

Por Gazeta Admininstrator

Uma nanocélula, que pode escavar um tumor, cortar seu suprimento sangüineo e detonar uma dose letal de toxinas de combate ao câncer foi desenvolvido por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).
Segundo artigo publicado pela revista científica Nature na quarta-feira a nova terapia não prejudica as células saudáveis e já se provou eficaz no tratamento de melanoma (forma grave de câncer de pele) e câncer de pulmão em ratos.

A técnica combina dois métodos de combate ao câncer, envenenando células cancerosas e cortando o suprimento de sangue do tumor.

Antes, a técnica de combinar os dois métodos era difícil pois a quimioterapia não conseguia chegar ao tumor se o suprimento sangüíneo fosse cortado.

Balão duplo

Para contornar este problema, a equipe do MIT criou uma estrutura para a nanocélula semelhante a um balão dentro de outro balão.

Os pesquisadores carregaram a membrana externa da nanocélula com um medicamento que destrói vasos sangüíneos e a membrana interna com agentes usados em quimioterapia. Também criaram uma espécie de barreira química, que impede que as nanocélulas sejam atacas pelo próprio sistema imunológico do paciente.

A nanocélula foi criada de um tamanho que seja pequeno o bastante para passar pelos vasos sangüíneos do tumor, mas grande demais para os poros de vasos normais.

Uma vez dentro do tumor, a membrana externa da nanocélula se desintegra rapidamente, enviando rapidamente o medicamente que destrói vasos sangüineos.

Estes vasos, que fornecem sangue ao tumor, são destruídos, prendendo as nanocélulas dentro do tumor, que então vão liberar os elementos de quimioterapia.

Os testes em ratos mostraram que a nanocélula encolheu o tumor, paralisando a criação de novos vasos sangüineos e evitou danos em tecidos próximos de forma mais efetiva do que outros tratamentos de câncer.

Oito entre dez ratos tratados com as nanocélulas sobreviveram mais de 65 dias enquanto os ratos que passaram pelo tratamento normal sobreviveram por apenas 30 dias. Os que não passaram por tratamento nenhum morreram em 20 dias.

"Este modelo permite que possamos avaliar de forma racional e sistematica as combinações de medicamentos. E não vamos parar por aí", disse o líder das pesquisas Ram Sasisekharan