Classe A quer carro novo e Classe E Televisão.

Por Gazeta Admininstrator

Pesquisa divulgada nesta terça-feira(30), pela consultoria Ipsos e pela Cetelem, mostra que os consumidores mais abastados, que estão no topo da pirâmide social, pretende comprar em 2006 o computador para casa, trocar de carro e adquirir novos móveis. Do outro lado da balança, aquela turma com renda magra, das classes D e E, tentará financiar a moto, comprar a televisão e o telefone celular.

Esse levantamento feito em conjunto às redes de varejo como Submarino, Telha Norte e CarrefourCom serviu para chegar a alguns dados importantes sobre os hábitos de consumo do brasileiro e desigualdades no poder de compra.

De acordo com as entrevistas realizadas com 1.200 pessoas no Brasil, selecionadas de acordo com metodologia utilizada pelo IBGE na Pnad, entre novembro e dezembro, 85% dos entrevistados das classes D e E querem comprar uma moto. Nesse grupo, 84% pretendem adquirir eletrônicos (como TV e vídeo) e 79% preferem trocar ou comprar celulares. Aí está a população com renda média mensal familiar em R$ 544,72. Estima-se que 92,9 milhões de brasileiros façam parte das classes D e E, calcula o relatório.

No grupo dos mais endinheirados, com renda familiar média mensal em R$ 2.484,01 (classes A e B, que somam 26,4 milhões de brasileiros), a lista de compras para 2006, por ordem de múltipla escolha, inclui: móveis (81%), computador (78%), eletrodomésticos (73%) e carro (71%).

Falta de crédito

Um dado interessante nessa comparação é que as classes de menor renda têm intenção maior de compra nos produtos de preços baixos. Por exemplo: ferramentas (55% de interesse) e itens para decoração (60%). Isso acontece não só pela demanda reprimida como pela dificuldade de acesso a crédito barato e pela ampliação lenta do poder de compra ,leia-se renda, nos últimos anos.

"As classes A e B, até mesmo a C, têm espaço para se endividar. Mas as classes D e E estão correndo atrás do prejuízo", diz Clifford Young, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pela pesquisa. "O que acontece é que essa turma de renda mais baixa compra, se endivida, começa a cortar gastos para pagar essa dívida e, depois, volta a comprar e a se endividar novamente", afirma ele.

Com base na informação dos entrevistados, a pesquisa concluiu que, para as classes A e B, de uma renda média mensal de R$ 2.484.01, os gastos fixos somam R$ 1.852,23 --sobrando R$ 631,79. Desse volume, R$ 204 (média) vão para o pagamento de uma prestação mensal -8% da renda. Mas, no grupo D e E, o comprometimento com o crédito é maior: de 15%. Na classe C, atinge 14%. "Os de menor renda [D e E] fecham o mês com um gasto que supera em R$ 16 a renda mensal" diz Franck Vignard Rose,