Clube dos 13 quer menos rebaixados

Por Gazeta Admininstrator

Um novo racha entre o Clube do 13 e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está próximo de ocorrer por causa da discordância na fórmula de acesso e descenso à Série A, assim como no número de participantes da divisão de elite do Campeonato Brasileiro. Apesar de manter um discurso pacifista, o presidente da entidade representativa das principais agremiações do País, Fábio Koff, já não esconde mais seu descontentamento contra o total de apenas 20 equipes na Primeira Divisão do Nacional.

“Acho que o ideal seriam 22 clubes, torneio ida e volta. Caindo quatro diretamente ou três e o quarto disputa com o outro quarto que pretende ascender”, disse Koff, durante a posse do presidente da Futebol Brasil Associados (FBA), José Neves Filho, na noite de segunda-feira, em São Paulo. “Vamos ver os resultados de 2006, se o número ideal é 20, mas as regras só poderão ser mudadas a partir do próximo ano para 2007, se assim for a vontade dos clubes. Não sei se 20 ou 22 ou 24 clubes. Tenho dúvidas.”

Apesar do desejo de mudança, Koff assegurou que será cumprido o acordo celebrado em 2003 com a CBF, quando o Clube dos 13 aceitou reformular a competição para que em 2006 ela fosse disputada com apenas 20 equipes.

Mas, ao longo dos anos, a constante ameaça de grandes “marcas” do futebol serem rebaixadas à Segunda Divisão, fizeram os integrantes da instituição reverem o compromisso.

Neste ano, por exemplo, Atlético-MG dificilmente escapará de ser rebaixado. Já Flamengo e Vasco ainda têm a possibilidade de irem para a Segunda Divisão do Nacional. E o medo de que essa ameaça seja constante, principalmente com a limitação da competição a 20 equipes, é tanto que, mesmo sem Koff admitir publicamente, já existe um movimento no Clube dos 13 para já em 2006 descer e subir à Série A apenas duas equipes e não quatro como está previsto.

E, para evitar que no próximo ano quatro times da Primeira Divisão sejam rebaixados, o Clube 13 vai exigir que a Série B passe a ser disputada no sistema de pontos corridos. Uma alteração difícil de ser viabilizada, por causa da falta da escassez de recursos dos times da Segunda Divisão.

“Lamento que no próximo ano nós não tenhamos clubes do Nordeste. Talvez, possamos ter um de Pernambuco, o Santa Cruz. Mas não temos nenhum da Bahia, onde a média de público é uma das maiores das duas competições”, afirmou Koff, esquecendo-se que o Fortaleza, do Ceará, deverá continuar na Primeira Divisão. “O Nordeste ficar privado da maior competição do País, não sei se é o melhor.” Mas, apesar das novas idéias, Koff frisou que não haverá “canetada” no Brasileiro e que os times vão subir ou cair atuando em campo. Reiterou que não existe mais clima no Brasil para uma “virada de mesa”.

O ex-presidente do Palmeiras e atual vice do Clube dos 13, Mustafá Contursi, também se mostrou entusiasta com uma possível mudança nas regras e até reivindicou um novo projeto, desta vez, com dez anos de duração. Para o dirigente, que em 2003 disputou com o Alviverde a Segunda Divisão, é preciso passar pela experiência de 2006 para tomar as decisões para 2007.

“Não sei se é o número ideal, mas é o que está combinado. Nós tínhamos esse compromisso para 2006. Agora, acredito que precisamos fazer um outro para mais dez anos de Brasileiro, principalmente, se o Brasil for a sede da Copa do Mundo de 2014”, disse.

Sob a imposição que será feita pelo Clube dos 13, de a fórmula de disputa da série B passar a ser igual a da A, o novo presidente da FBA assegurou que seu principal objetivo é o de viabilizar essa mudança. A alteração já deveria ter ocorrido no ano passado, mas a falta de recursos impediu. De acordo com Neves Filho, para 2006, “já existem investidores interessados em patrocinar a competição e torná-la tão rentável e interessante quanto a divisão de elite”.