Clubes modificam política de contratações de atletas estrangeiros

Por Daniel Galvão

O tempo de contratações milionárias de jogadores brasileiros por equipes europeias ainda não acabou. Mas, segundo levantamento do CIES Football Observatory, da Suíça, desde 2010, nada menos que 66% do investimento feito por clubes das cinco grandes ligas eruopeias foram realizados entre eles. Se os negócios com divisões menores forem incluídos, o percentual sobe para 74%. Isso quer dizer que times da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França têm invertido uma lógica que parecia estar consolidada: ir a países como Brasil, Argentina e Uruguai importar talentos mais reconhecidos.

Hoje, apenas 7% dos investimentos feitos pelos grandes clubes europeus foram direcionados a times de fora da Uefa. Claro, os europeus ainda buscam o talento no Brasil e gastam bastante, às vezes. Prova disso são as recentes contratações de Gabriel, negociado pelo Santos com a Inter de Milão, e Gabriel Jesus, que no final deste ano trocará o Palmeiras pelo Manchester City. Contudo, esse caminho milionário tem se tornado cada vez mais raro.

E essa nova realidade de mercado no mundo do futebol é facilmente explicável. Cada vez mais os europeus buscam brasileiros, argentinos, uruguaios e tantos outros, ainda muito jovens. Assim, não gastam fortunas em contratações, investem em scouts e levam diversos adolescentes ou jovens em início de carreira para Bélgica, Holanda, Espanha, Inglaterra, Portugal. Se uma dessas apostas for acertada, já garante o lucro.Basta olhar para como se investe na bolsa, de olho no mercado futuro. Não vale a pena arriscar em um atleta que terá ainda que passar por processo de adaptação saindo de um continente para outro, a não ser que tenha talento inquestionável – casos raros como Neymar. Ou seja, é melhor garimpar vários e buscar um diamante em meio a tantas pedras comuns.

Entre os campeonatos europeus, a Série A é quem mais gira dinheiro entre seus integrantes, com 46% do total, assim como é a liga que mais investe em times de fora da Europa com 11%. Já a Premier League é a que busca mais reforços, 40% do total, nas outras quatro ligas que formam o quinteto fantástico.