Coca-cola garante que produto é seguro

Por Gazeta News

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O Centro de Ciência de Interesse Público (CSPI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, divulgou recentemente que as latas do refrigerante Coca-Cola vendidas no Brasil têm a mais alta concentração da substância 4-metil imidazol (4-MI), que, em altas quantidades, poderia levar ao câncer.

De acordo com a pesquisa, divulgada em reportagem do “G1”, as latinhas analisadas no país apresentaram 267 mcg (microgramas) de 4-MI por 355 ml de refrigerante. A substância é usada na fabricação do corante caramelo. Pelas normas brasileiras, estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seu uso é permitido, “desde que o teor de 4-metil imidazol não exceda no mesmo a 200 mg/kg”.

O valor encontrado nas latinhas brasileiras está abaixo do limite da Anvisa, mas é o mais alto entre os países analisados.

Quantidade de 4-MI por 355 ml de refrigerante Brasil - 267 microgramas Quênia - 177 microgramas Canadá - 160 microgramas Emirados Árabes Unidos - 155 microgramas México - 147 microgramas Reino Unido - 145 microgramas Estados Unidos (Washington) - 144 microgramas Japão - 72 microgramas China - 56 microgramas

A pesquisa foi feita pelo mesmo instituto de pesquisas que, em março fez o mesmo alerta para a substância em latinhas de refrigerante encontradas na Califórnia. Depois disso, a Coca-cola alterou sua fórmula e a taxa de 4-Mi local caiu para 4 mcg por 355 ml.

Efeito Em março, o toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (Ceatox), explicou ao “G1” que a substância se mostrou tóxica para ratos e camundongos na concentração de 360 mg/kg, que é pouco menos que o dobro do limite legal no Brasil.

O especialista explicou que o órgão mais exposto ao câncer nesses animais foi o pulmão. O fígado também ficou sujeito a diversas alterações, incluindo câncer. Além disso, foram registradas mudanças neurológicas, como convulsões e excitabilidade.

Coca-cola garante que produto é seguro Por email, a Coca-cola Brasil garantiu ao Gazeta que a quantidade da substância 4-MI presente no corante caramelo utilizado nos produtos é “absolutamente segura”. A empresa afirma que “os índices do ingrediente apontados em amostra brasileira de Coca-Cola pela recente pesquisa do CSPI (Center for Science in the Public Interest) estão dentro dos padrões aprovados pela Anvisa”.

A companhia informou que não vai alterar sua fórmula mundialmente conhecida. “Mudanças no processo de fabricação de qualquer um dos ingredientes, como o corante caramelo, não tem potencial para modificar a cor ou o sabor da bebida. Ao longo dos anos já implementamos outras mudanças no processo de fabricação de ingredientes, no entanto, sem alterar nossa fórmula secreta”, informou a empresa, via nota.

Ainda segundo a Coca-Cola Brasil, seus produtos são fabricados dentro das normas de segurança e a empresa continuará a seguir orientações de “evidências científicas sólidas”.

Estudo francês revela que Coca-Cola e Pesi contêm álcool Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Consumo (INC) da França, divulgado no dia 28, revelou que há 0,001% de álcool em cada litro de bebidas da Coca-Cola e da Pesi.

Ao Gazeta, a Coca-Cola Brasil defende que a bebida é não alcoólica e que o álcool não é um ingrediente do refrigerante. “Traços de álcool podem ser encontrados naturalmente em muitos alimentos e bebidas. As organizações religiosas e os governos reconhecem que tais níveis são considerados aceitáveis em alimentos e bebidas não alcoólicas”, diz.

“Nossos produtos são seguros e atendem aos requisitos de segurança, às leis e práticas em cada país onde nossas marcas são comercializadas”, posicionou-se a empresa.

Um porta-voz da Pepsi defendeu o mesmo argumento. “Alguns refrigerantes podem conter vestígios de álcool por causa dos ingredientes usados, embora a receita da Pepsi não tenha álcool”.