Coiotes usam rádio para atrair imigrantes com “cidadania garantida” aos EUA

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_173632" align="alignleft" width="407"] Famílias atravessam a fronteira com falsas promessas de cidadania. Foto: Reuters.[/caption] Pelo rádio, contrabandistas fazem promessas falsas de conquistas de cidadania e tentam lucrar ainda mais com a travessia de guatemaltecos através da fronteira dos EUA. Conhecidos como "coiotes", os traficantes de seres humanos passam a falsa informação de que estar grávida ou trazer as crianças junto ajudará aqueles que fazem a jornada para obter a cidadania na América. Dora Alonzo Quijivix, líder da comunidade guatemalteca que se reuniu na semana passada com o comissário de patrulha de fronteira Kevin K. McAleenan, no país centro-americano para discutir a crise migratória, disse ao Washington Post que tais alegações estavam sendo feitas em estações de rádio locais. "Eles dizem que se você trouxer um filho, eles o deixarão entrar nos Estados Unidos e lhe darão cidadania", disse a líder ao jornal. Segundo ela, algumas das viagens podem custar até US $ 10 mil. "Agora eles estão dizendo que as mulheres grávidas que vão também terão cidadania", completou. McAleenan, em resposta, disse que as promessas eram falsas, mas os Estados Unidos precisam fazer um trabalho melhor no processamento daqueles que são capturados cruzando a fronteira ilegalmente. "Não há possibilidade de permanecer nos EUA se você levar uma criança com você. Não há capacidade de ficar apenas se você estiver grávida", disse ele, de acordo com o Washington Post. "Mas nosso sistema judiciário é muito lento, então você pode ter uma falsa promessa de poder ficar nos EUA por um ano ou dois antes de ser repatriado." Número de famílias presas na fronteira continua aumentando, diz CBP As estatísticas da Segurança Interna indicam que apenas 1,4% dos membros da família que entraram ilegalmente nos EUA nos países da Guatemala, Honduras e El Salvador neste ano fiscal foram enviados de volta para casa, com números impressionante de processos em tribunais de imigração que se acumula em aproximadamente 750.000 casos. "Contrabandistas e traficantes compreendem melhor as brachas das nossas leis de imigração do que a maioria e sabem que, se uma unidade familiar entra ilegalmente nos EUA, é provável que sejam liberadas dentro do país", disse em setembro o secretário de imprensa da Homeland Security, Tyler Houlton. “Especificamente, o DHS é obrigado a liberar as famílias que entram ilegalmente no país dentro de 20 dias após a apreensão”. E acrescentou: "Sabemos que a grande maioria das unidades familiares que foram libertadas, apesar de não terem o direito de permanecer em qualquer situação legal, nunca saem ou são removidas". Dados da Patrulha de Fronteira mostram que o número de unidades familiares da Guatemala capturadas tentando entrar ilegalmente nos EUA neste ano fiscal quase dobrou em relação ao ano anterior, com 42.757 capturados em comparação com 24.657. O mesmo acontece com o número de crianças desacompanhadas da Guatemala flagradas tentando entrar nos EUA que também subiu - chegando a 20.000 neste ano fiscal, em comparação a cerca de 15.000 em 2017. Mas em meio a esse aumento, os EUA deportaram apenas 333 migrantes guatemaltecos menores entre janeiro deste ano e agosto, informou o Washington Post, citando números da Organização Internacional para Migração. O México, segundo eles, tem leis menos tolerantes em termos de proteção para crianças e famílias, e devolveu 7.910 pessoas durante o mesmo período. Os guatemaltecos que se saem bem no exterior e mandam bilhões de dólares a cada ano para os membros da família - combinados com a falta de empregos e pobreza em casa - parecem estar tendo algum papel em inspirar outros a tentar chegar à América, apesar de arriscar a morte durante a jornada. Com informações do Washington Post. Leia também CBP encontra 128 imigrantes abandonados por coiotes na fronteira com o México