Jessica Rothe fala sobre o drama "All My Life" e como foi recriar essa linda história de amor – EXCLUSIVO

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Jessica Rothe é Jenn Carter no drama "All My Life", dirigido por Marc Meyers.

Los Angeles – O drama com um toque de romance "All My Life" já está entra nas salas de cinema de todo o país e no vídeo on demand. Inspirado em fatos reais, o longa acompanha um jovem casal, Jennifer Carter e Solomon Chau, que acabaram de noivar e tem tudo para dar certo. Porém, quando ele é diagnosticado com um câncer terminal, os planos de casamento se tornam algo impossível. Com isso, uma corrida contra o tempo se inicia e seus amigos se unem para fazer de tudo para que o casamento ocorra em duas semanas.

Essa história ganhou as manchetes anos atrás e foi por essa razão que o diretor Marc Meyers quis trazê-la para as telonas. “All My Life” é sem dúvida um filme triste, mas o foco não está em alguém morrendo de câncer, mas sim na valorização da vida e o amor. Com certeza, muitas lágrimas vão correr pela sua face porque o filme mostra como é estar passando por algo assim.

Esta é uma visão bem realista do que esse casal passou e sua história é verdadeira para qualquer pessoa que já amou alguém que morreu devido a uma doença terminal. O longa também mostra o lado bom e ruim do relacionamento onde algumas cenas são engraçadas, enquanto outras são bem difíceis de assistir.

No elenco estão Jessica Rothe, Harry Shum Jr., Ever Carradine, Keala Settle, Chrissie Fit, Kyle Allen, entre outros. O roteiro foi escrito por Todd Rosenberg.

Eu tive a oportunidade de conversar por telefone com a atriz americana Jessica Rothe, que interpreta Jennifer no drama. Como muitos de nós, Jessica tinha grandes expectativas para 2020. Mas, o COVID-19 tinha outros planos, não é mesmo? Mesmo assim, a atriz teve três novos projetos estreando: a comédia romântica musical “Valley Girl”, a série “Utopia” na Amazon Prime e, agora, o drama “All My Life”. Na nossa conversa, falamos sobre como foi dar vida à história de Jennifer e Solomon, o quão emocionante o filme é, como foi a preparação e muito mais.

Jana – Obrigada pelo seu tempo e pela oportunidade de conversar contigo sobre esse comovente filme “All My Life”. Como esse projeto chegou até você?

Jessica Rothe – Eu li o roteiro pela primeira vez na época em que o segundo filme da franquia Happy Death Day foi lançado. Eu estava conversando com minha equipe e dizendo que queria realizar projetos com eles e perguntei se havia algum na lista que seria bom para mim. Um dos meus agentes disse: “Ainda não foi financiado. Mas há um roteiro que eu estou obcecado e acho que você vai adorar. É uma história linda. Você vai chorar quando você ler o roteiro." Eles me enviaram o roteiro e eu li no mesmo dia. E como eles disseram, eu chorei muito. Eu me apaixonei pela história de Jenn e Sol e por esse amor incrível, lindo e resistente entre dois melhores amigos. Eu também me apaixonei pela resiliência, tenacidade e senso de humor da Jenn, mas também como ela não tinha medo e como ela era protetora deste homem que ela amava profundamente. Eu queria muito interpretá-la. Liguei para minha equipe e disse: "Não sei o que você vai precisar fazer ou com quem teremos que conversar ou fazer um teste, pois eu quero muito fazer parte deste projeto." Meses depois, eu encontrei com Marc Meyers, nosso incrível diretor, e os produtores e, felizmente, tudo se encaixou. Filmamos em Nova Orleans, cidade linda onde trabalhei muito e amo demais. E Harry [Shum Jr.], que é tão incrível no filme, foi escolhido pra interpretar Sol. De certa forma, tudo foi encaixando. Me sinto honrada e agradecida por fazer parte de tudo isso.

Jana – Deve ser difícil contar uma história como esta. Você conecta com os personagens, mas conhece o final e não há nada que você possa fazer para mudar, né? Mesmo sendo uma história triste, na sua opinião, qual é o aspecto mais alegre da história?

Jessica – É complicado porque existem lindos momentos e cheios de alegria, como o casamento, o pedido de casamento... São apenas os dois vivendo essa história de amor maior do que a vida, que é tão real para os dois. Para mim, eu encontro alegria nos momentos mais íntimos, como quando eles estão deitados na cama, caminhando juntos ou escovando os dentes. Esses pequenos lindos momentos, tranquilos são o que nos torna as pessoas que somos e o que torna nosso relacionamento único, perfeito e imperfeito. Para mim, Harry e Marc, o diretor, era importante investir nesses pequenos momentos, tanto quanto estávamos investindo nos grandes.

Jana – Você se sentiu pressionada por estar contando uma história baseado em fatos reais?

Jessica – Sim, um pouco mas tive muita sorte de poder conversar com a Jenn. A primeira vez que conversamos, falamos ao telefone por mais de três horas. Ela é muito doce, linda por dentro e por fora, engraçada e infinitamente positiva. Ela foi generosa em compartilhar detalhes íntimos e importante sobre o relacionamento deles.

Jana – Poxa, que bacana.

Jessica – Jenn me enviou vídeos para eu entender como era a dinâmica do relacionamento e me deu total liberdade criativa. Ela também visitou o set de filmagens, esteve lá enquanto fazíamos a cena do casamento.

Jana – Como você e o Marc (diretor) abordaram o tom do filme? Digo, porque o tom pode ser complicado em uma história?

Jessica – Adoro trabalhar com o Marc e ver como seu processo é orgânico. A cenas sempre se construam do que havíamos discutido ou pensando separadamente. Sempre nos perguntávamos "o que está acontecendo nesta cena? O que precisamos aprender para que a história progrida? E onde, emocionalmente, estão essas personagens?" A trama central do filme é a história de um relacionamento, uma história de amor. O fato de o Marc sempre voltar as essas questões, é uma das razões pelas quais fomos capazes de equilibrar todas as coisas. É complicado, ir da comédia ao drama e encontrar todas as nuances, mas isso também é bem humano. Para mim, o segredo da experiência humana é conciliar grande alegria e grande tristeza.

https://youtu.be/mWyJvohEFj8

Jana – Você deve ter tido dias bem intensos nas filmagens. Você ficava na personagem ou tentava relaxar?

Jessica – Ahh, ótima pergunta. Eu fiz duas coisas. Parecia que eu precisava ficar em um lugar emocional específico para ir até a profundidade que eu gostaria de estar e honrar a história de Jenn e Sol... honrar a experiência de pessoas que passaram por uma experiência difícil como está. Eu acho que todo o elenco e equipe fizeram um trabalho incrível de dar a Harry e eu o espaço e apoio para vivenciar isso. Eu e o Harry, depois de muitos dias de filmagem, íamos para um dos nossos camarins para relaxar ou ensaiar o material para o dia seguinte. Harry é talentoso, gentil e inteligente, tem um grande coraçãoe é muito brincalhão também. Eu tomei muito banho quente e comi bolo de chocolate, o que também é importante. Eu sou uma pessoa muito emotiva e uma das razões pelas quais adoro este trabalho é que consigo experimentar as profundezas do ser humano. Mesmo que alguns dias tenham sido exaustivos, eu sempre fui grata por eles no final do dia.

Jana – Este filme não é apenas uma história triste. Também está cheio de mensagens de esperança. O que você pessoalmente aprendeu com a história de Jennifer e Solomon?

Jessica – Acho que uma das maiores coisas que aprendi foi que existem tantos momentos em nossas vidas que, no momento, parecem pequenos e insignificantes, mas quando você analisa uma experiência ou um relacionamento, geralmente esses são os momentos que tem um grande para você. Seja uma manhã de domingo preguiçosa na cama com seu parceiro ou passear com seu cachorro ou assistir algum vídeo estúpido do YouTube e rir sem parar ou uma ligação para sua mãe só para dizer que você a ama, acho que muitas vezes não damos muita importância para eles e nos concentrarmos mais nos momentos grandes, chamativos e divertidos, que também são tão importantes. Esses momentos são os pilares de nossas vidas e de nossos relacionamentos. Tenho tentado, especialmente durante a quarentena, para respirar, estar presente e dar importância a esses momentos e realmente valorizar todo o tempo que tenho com as pessoas que estão a minha volta, porque você nunca sabe o que vai acontecer. Acho que me ajudou muito em tornar minha quarentena menos terrível, pois estou passando bastante tempo com meu marido, meu cachorro e meus melhores amigos que normalmente não teria, porque estaríamos todos correndo e fazendo um milhões de coisas de uma vez. Eu trabalhando tanto que, às vezes, ignorava a importância desses momentos.

Jana – Você já tem um novo projeto vindo por aí? Você está filmando algo agora?

Jessica – Sim! Eu não sei quando voltarei ao set de filmagens. Na verdade, eu estava em um projeto antes da pandemia começar, mas é um projeto impossível de ser feito com as restrições do COVID-19, então acho que não vai acontecer tão cedo. Eu também estou escrevendo agora, que é algo que já havia começado antes mesmo do COVID-19. Estou tendo mais tempo para escrever, o que é muito difícil. Tenho o maior respeito pelos roteiristas e escritores porque, às vezes, tem um bloqueio, né? Ainda estamos no rascunho de um projeto e vamos ver o que acontece depois.