O poder da informação nas finanças

Por POR CLAUDIA FEHRIBACH

Saude Financeira

O planejamento financeiro pessoal costuma ser comparado com um planejamento financeiro empresarial simplificado, com menos variáveis.

Os princípios por trás da organização das contas de casa são os mesmos das grandes empresas , com projeções de receitas e despesas, estratégia de investimento etc. Porém, grandes companhias confiam em um elemento que frequentemente é deixado de lado pelas pessoas: a informação. Informação é, em última análise, uma forma de se precaver para o que está por vir. E preparação é a chave do sucesso em qualquer atividade.

O uso mais óbvio e necessário da informação é para a tomada de decisões. Imagine que você pretende comprar uma nova TV para a família e está reservando uma quantia mensal para esse investimento. Um dia, você vê em um site especializado que será lançada uma nova tecnologia de TVs, com qualidade - e custo - superior. Com essa informação, você pode tomar algumas decisões como aumentar os aportes para cobrir o gasto com a televisão mais moderna; ou reduzir o aporte, já que àquela que você queria provavelmente irá baratear com o lançamento da sucessora. São decisões diametralmente opostas. E talvez você precise de mais informação para decidir por uma ou outra.

Ainda no exemplo da TV, vamos supor que você decidiu permanecer com o modelo antigo e considera reduzir os aportes na reserva. A informação que você precisa agora é qual o percentual de redução que pode ser estimado. E qual os outros fatores que podem influenciar seus planos. Por exemplo, taxa de inflação. Se ela for superior ao rendimento financeiro de sua reserva, haverá uma perda de valor que precisará ser compensada. Se você acha difícil estimar os índices financeiros, fique tranquilo. É difícil mesmo. Tanto que os bancos dispõem de uma equipe enorme para analisar todas as variáveis possíveis e tentar calcular esses números. E a cada novo pedaço de informação o cenário muda, e a conta precisa ser refeita. Felizmente, na economia doméstica há menos itens para se considerar, e você pode pegar emprestado os índices de alguma fonte confiável. Porém, uma dica: escolha uma fonte e fique com ela. Isso evitará distorções na sua análise, provocadas por diferenças de metodologias.

Indo além dos simples números, a informação também será útil para o pensamento estratégico das finanças domésticas. Imagine que você pensa em comprar um imóvel financiado, com taxas de juros de 8% ao ano. Mas é um ano eleitoral, e dois candidatos vão disputar a Presidência em alguns meses. Acompanhando o noticiário, você percebe que um tem um perfil mais austero, enquanto o outro tende a ampliar os gastos públicos. Com a informação de bons analistas - existem vários nos canais especializados - você projeta que se o candidato A vencer, é provável que as contas públicas permaneçam equilibradas. Isso significa que os juros básicos dificilmente subirão, talvez até diminuam. Mas se ganhar o candidato B, as contas públicas podem sair dos eixos, e aí os juros aumentarão. Sua tarefa é decidir se compra a casa agora ou depois das eleições. Note que nada está escrito em pedra, e mesmo o candidato mais gastão pode conseguir manter os juros estáveis.

Muita gente acha aflitivo, e até desnecessário, lidar com tantas informações para um simples planejamento doméstico e se contenta com a planilha de controle. Mas saber se informar, analisar e decidir pode ser a diferença entre morar de aluguel ou comprar uma linda casa nova com uma TV de última geração na parede.

E por último; dizem que informação é poder, mas só se transforma em poder quando existe a ação! E aí é com a gente!

Boa semana para todos!