Após quatro anos, Chico Buarque estreia nova turnê

Por Por GENE DE SOUZA

Chico Buarque

Nos últimos 20 anos Chico Buarque reduziu o ritmo de shows e aumentou o intervalo entre as turnês, sobretudo por conta de seu trabalho como escritor, elogiado dentro e fora do país (em 2019, ele recebeu o concorrido Prêmio Camões). Mas nem por isso ele tem deixado de compor, gravar e manter-se ativo e criativo, inclusive sendo reconhecido pela crítica por isso. Foram cinco prêmios Latin GRAMMY nas últimas duas décadas, os dois últimos em 2018, com o álbum "Caravanas", que gerou sua última turnê.

Neste ano, o cantor e compositor de 78 anos volta à estrada. A estreia nacional do show "Que Tal Um Samba?", título também de um single de protesto lançado em junho, acontece na próxima terça-feira, dia 6 de setembro, em João Pessoa — e terá bis no dia seguinte. No show, Chico terá como convidada a cantora Mônica Salmaso. O roteiro do novo show promove um passeio pela obra de Chico Buarque através das décadas. Reúne composições há muito não presentes em suas turnês e outras mais recentes, em uma costura alinhavada por afinidades temáticas ou musicais, o que ratifica a coerência da obra do artista. Os saltos temporais acontecem de maneira fluida, como se as canções tivessem sido escritas no agora. Mônica Salmaso participará de todas as apresentações da turnê, em números solo ou em dueto com Chico, acompanhada pela banda do artista.

A trupe de Chico, aliás, é um capítulo à parte. Ele segue na estrada com seus fiéis parceiros de palco, um reencontro de velhos conhecidos:  o maestro Luiz Claudio Ramos (arranjos, guitarra e violão), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (baixo acústico e elétrico), Marcelo Bernardes (sopros) e Jurim Moreira (bateria).

Mônica Salmaso já dedicou um disco à obra de Chico Buarque, 'Noites de gala, samba na rua', que gerou ainda um registro ao vivo. Rara unanimidade nacional, Mônica estreou visitando os afro-sambas de Baden e Vinícius, fez songbooks de Paulo Cesar Pinheiro, Guinga e Dori Caymmi, gravou discos aclamados como 'Voadeira' e 'Iaiá' e mergulhou no Brasil profundo no disco 'Caipira'.

Com 13 discos lançados e três DVDs, cultiva um repertório fiel à música que nela habita.