CRÍTICA | Série "The New Years" oferece uma visão fascinante de duas vidas interligadas.
Los Angeles – A emoção de passar o primeiro ano novo juntos é muito especial para qualquer casal. Com o passar dos anos, o amor e o relacionamento se transformam, como é abordado na série "The New Years" (Los Años Nuevos, título original) da MUBI, já disponível na plataforma.
"The New Years", criado por Sara Cano, Paula Fabra e dirgido pelo premiado diretor Rodrigo Sorogoyen, acompanha Ana e Óscar desde o primeiro encontro, na noite em que ambos completam trinta anos, ao longo de dez vésperas de Ano Novo. Ela mora em um apartamento compartilhado, não gosta do seu trabalho e muda de amigos com frequência. Ele é um médico com a vida organizada – até que se conhecem e se apaixonam. Dez anos consecutivos, com cada episódio retratando uma única noite que revela como o amor evolui. A série é uma análise honesta do compromisso moderno e da escolha de estar com alguém, ano após ano.
A série é estrelada por Iria Del Río, Francesco Carril, Lucía Martín Abello, entre outros. “The New Years” tem uma atmosfera semelhante à da série ‘One Day’, que examina um relacionamento durante um dia específico ao longo de vários anos.
Há uma trama em cada episódio da série, mas cada episódio examina como o relacionamento de Ana e Óscar se desenrola ao longo de uma década em que os episódios são tanto um retrato da vida cotidiana quanto uma análise de um relacionamento.
Apesar de muitos diálogos naturalistas e uma cadência aparentemente tranquila, o primeiro episódio revela bastante sobre Ana e Óscar. Ela é instável: mora com colegas de quarto, trabalha em um emprego que detesta e pensa que essa viagem a Vancouver será um bom começo, embora já tenha o visto há oito meses e ainda não tenha feito planos de viagem. Ele é clínico geral e com uma vida mais estável, mas sente que seu trabalho está em constante turbulência, ainda não superou o término do relacionamento com Vero e anseia por alguma aventura na vida.
Os dois universos, então, se encontram. À medida que a série os acompanha a cada véspera de Ano Novo, veremos como estão suas vidas e se passaram o ano juntos, separados ou em uma situação intermediária. Del Río e Carril tenham uma excelente química, caso contrário, ver os dois juntos à medida que envelhecem pareceria que estão cometendo o mesmo erro repetidamente.
A série não se sobrecarrega com marcadores de tempo. Claro que os cabelos de algumas personagens mudam de cor e comprimento ao longo dos anos, mas, além das inevitáveis máscaras faciais da época da pandemia, não há marcadores culturais óbvios. Em vez disso, “The New Years” ancora a história na vida desses indivíduos. Há especificidade suficiente em cada novo acontecimento para que se possa extrapolar em retrospectiva, preenchendo os detalhes que não são mostrados.
Há uma emoção em ver cada salto no tempo, sabendo que essas duas pessoas mudaram. Por outro lado, também há uma tristeza em não testemunhar os momentos intermediários, mesmo tendo momentos flashbacks. Esta série é apropriadamente autossuficiente, da mesma forma que uma década é, reforçando a ideia de que nada na vida ou no amor é garantido.