Com a crise no Brasil, Flórida atrai mais empreendedores brasileiros

Por Gazeta News

negocios florida - vo alzira

As facilidades da burocracia americana e a crise no Brasil têm atraído mais empreendedores brasileiros para Miami, uma cidade onde os brasileiros já se sentem em casa há muito tempo.

“Em quatro dias úteis é possível obter todas as licenças para se abrir um negócio, por 12% do valor que teria que ser gasto no Brasil”, afirmou Leonardo Freitas, sócio-gerente da consultoria Hayman Woodward, especializada no tema. Segundo ele, a parte burocrática do processo, que inclui obter as licenças necessárias, custa de $700 a $1 mil dólares.

Alexandre Martins e sua mãe, Alzira, donos da Fábrica de Bolo Vó Alzira, no Rio de Janeiro, vai abrir a primeira filial da marca na região. Ele diz que obteve o EIN (número de identificação de empregador) em três horas. Martins estima que o investimento total na empreitada será de cerca de $150 mil dólares, incluindo o aluguel do ponto comercial em Boca Raton.

Já Daniela Carneiro, 36, sócia do salão de beleza Esmell, com filiais no Leblon e Ipanema, também no Rio de Janeiro, se surpreendeu com a facilidade do modelo de contratação americano, que não tem Ministério do Trabalho ou CLT. “O contrato é registrado com o auxílio de advogados e estipula o valor de pagamento por horas trabalhadas. Ele pode ser rompido a qualquer momento sem problemas”, conta ela.

A inauguração do Esmell em Miami Beach, que deve ocorrer nas próximas semanas, atende os anseios da clientela brasileira majoritariamente da classe A.

“Muitas clientes constituíram uma segunda residência em Miami ou passam sempre férias por lá e viviam pedindo para que abríssemos uma filial”, diz Carneiro. O investimento total para abertura do salão foi estimado em $250 mil dólares.

Tanto o salão quanto a loja de bolos não miram apenas o público brasileiro. “A nossa ideia, aliás, é nem fazer menção ao fato de sermos do Brasil”, conta Martins, da Fábrica de Bolo. “Não queremos ser vistos como algo exótico”. 

No Esmell, a expectativa é que a origem brasileira jogue a favor. “Nosso jeito de atender é melhor que o dos salões americanos. Vamos conquistar o público daqui”, diz Carneiro, que vai fazer intercâmbio entre os funcionários brasileiros e americanos. Fonte: Folha de São Paulo.