Com parceria, BSO quer conhecer e integrar brasileiros

Por Marisa Arruda Barbosa

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Em 2011, a população do condado de Broward era de mais de 1,7 milhões de pessoas, ficando entre os 15 mais populosos dos Estados Unidos. A expectativa é de que, até 2020, a população seja o dobro da de 1980.

Foi apresentando esses números que oficiais do Broward Sheriff’s Office e a Prefeitura de Pompano Beach começaram uma importante parceria com líderes e a comunidade brasileira do condado, na primeira aula do curso Brazilian Leadership Academy, que aconteceu no dia 14, na New Life Brazilian Church, em Pompano Beach.

“Como prefeito, gostaria de trabalhar com a comunidade brasileira e contar com esses residentes em diversos eventos ao longo do ano”, disse o prefeito de Pompano, Lamar Fisher, a uma plateia com aproximadamente, 20 líderes comunitários, igrejas e a imprensa local. A policial brasileira, Mirelle Dias, foi responsável pela tradução. Paralelamente à expectativa de crescimento populacional, a tendência é que a população de brasileiros também aumente, e se estabeleça ainda mais, dada a quantidade de lojas, restaurantes e outros serviços oferecidos diariamente, que ajudam tanto a economia como a identidade do condado.

Com esse curso, que será todas as segundas-feiras até 7 de agosto, o BSO pretende imprimir ainda mais sua marca como uma polícia diferenciada, envolvida com a comunidade. “Infelizmente, as pessoas têm uma primeira experiência com a polícia em um momento em que precisamos ser rígidos, como em uma parada de tráfego, por exemplo”, disse o coronel, Wiley Thompson III, representando o xerife Lamberti. “Mas queremos que as pessoas nos conheçam também no trabalho de aproximação com a comunidade. Nós trabalhamos para vocês, mas precisamos conhece-los”.

Diversos convidados do BSO estiveram presentes na primeira aula para explicar as hierarquias dentro do órgão e as dimensões que o fazem o maior Sherif’s Office nos Estados Unidos, com 5,8 mil funcionários e um orçamento anual de $700 milhões de dólares.

Segundo o BSO, uma das limitações que os fazem se unir com a comunidade, é a comunicação e a necessidade de mais pessoas que falem português dentro do órgão. “Não falamos a mesma língua e vocês conhecem gente que eu não conheço”, disse o capelão Clayton Brasington, ao contar que apresentará um projeto de membros de igrejas voluntários para trabalharem junto a ele no BSO. “Às vezes, precisamos de alguém que fale português. Até setembro, pretendo começar a recrutar pessoas”.

Mas não é só de voluntários que o BSO precisa. Somente no ano passado, 13 mil civis aplicaram para vagas no órgão, que inclui vagas para pessoas que falem outras línguas.

“Essa parceria que iniciamos aqui é superimportante”, disse o Capitão Mick Wiener, que atua em Pompano Beach. “Precisamos de mais brasileiros trabalhando como vigias nas comunidades e em outras áreas”. De acordo com Wiener, entre a população estrangeira presa em cadeias locais, a mais baixa é a de brasileiros. “Sabemos que brasileiros são pacíficos”.

O curso incluirá diversos tópicos a cada semana, incluindo uma aula sobre justiça criminal, procedimentos policiais, International Drivers Licenses, um tour na prisão do condado, imigração, unidade aérea e outras unidades especiais, abuso de drogas, gangues, problemas ocasionados pela internet, entre outros.