Coma primeiro!

Por Gazeta Admininstrator

Não tome decisões importantes de barriga vazia! Um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revela: não só o estresse, mas também a fome pode afetar a tomada de decisões. O motivo seria a variação nos níveis de serotonina, uma substância química que serve de neurotransmissor entre as células nervosas e que já era associada ao comportamento social.

Segundo a pesquisa, há pessoas que chegam a ser agressivas quando não se alimentam, pois o aminoácido que cria a serotonina só pode ser obtido através da comida. Desta forma, os níveis de serotonina de um indivíduo caem quando ele não come.

Para testar a relação da queda da substância no organismo com o comportamento impulsivo, os cientistas manipularam a dieta de alguns voluntários e fizeram um jogo que exigia decisões a respeito de uma grande quantia de dinheiro. Nessa prova, o jogador propõe uma forma de dividir a soma com outro. Se o desafiado aceitar, ambos recebem o mesmo valor; se rejeitar, nenhum dos dois ganha. Geralmente, entre 20% e 30% das pessoas rejeitam a oferta. Após uma redução de serotonina, o percentual aumenta para 80%.

Vitaminas e criminalidade
A administração de uma dose diária de suplementos vitamínicos e minerais essenciais a jovens detentos pode ajudar a reduzir os níveis de violência. A informação é de um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Desta forma as autoridades britânicas se propõem a melhorar a dieta de mil detentos, em um projeto piloto que será realizado durante três anos em três centros penitenciários do país. A iniciativa terá financiamento da fundação Wellcome, diz um comunicado da entidade.

Estudos realizados no Reino Unido e na Dinamarca indicam que os suplementos nutricionais ajudam a reduzir as agressões físicas, os roubos e outros delitos entre a população carcerária.

Segundo uma pesquisa anterior realizada em um centro de segurança máxima para jovens em Aylesbury, Buckinghamshire, os presos que receberam uma pastilha diária com complementos vitamínicos cometeram 26% menos atos de indisciplina e 37% menos atos violentos em comparação aos demais reclusos.
Além do regime alimentar habitual, alguns jovens presos (de 16 a 21 anos) ingerirão placebos. Outros cumprirão uma dieta diária de mais de 30 vitaminas e mine-rais, além de uma dose de ácidos ômega-3, que supostamente ajudam a reduzir a agressividade e as mudanças bruscas de estado de ânimo.

Segundo John Stein, professor da Universidade de Oxford que dirige o estudo, caso o projeto piloto tenha êxito, poderá ser aplicado também fora das prisões para tratar de jovens que supostamente tenham tendência à violência e à criminalidade.

Os ácidos ômega-3 - além do zinco e das vitaminas A, B e D - têm um papel crucial na química do cérebro, afirma Stein. Segundo ele, há uma relação direta entre uma dieta pobre em vitaminas e minerais e o aumento da delinqüência.

Ômega 3
Comer alimentos ricos em ômega-3, como peixes oleosos, pode ajudar a evitar uma das causas mais comuns de perda de visão, segundo um estudo divulgado na publicação científica “Archives of Ophthalmology”.

O estudo sugere que o ômega-3 pode reduzir em um terço o risco de desenvolver uma doença conhecida como degeneração macular relacionada à idade (DMRI), na qual ocorre um crescimento anormal dos vasos sangüíneos sob a retina. A mácula é afetada, e o resultado é a queda súbita ou progressiva da visão central.

Pessoas com o problema, geralmente acima dos 60 anos, perdem a habilidade de ver em detalhe e, em casos severos, podem ser registradas como cegas, apesar de ainda terem uma visão periférica.

Dieta
O estudo da Universidade de Melbourne analisou o resultado de nove pesquisas prévias sobre o ácido graxo ômega-3 e a DMRI, envolvendo um total de 88.974 participantes, incluindo mais de 3.000 com a doença.
A adição dos resultados de diferentes estudos dá mais força estatística às conclusões. Segundo a análise, comer peixe duas vezes por semana foi associado a uma redução no risco de se contrair DMRI.

Uma redução de 38% no risco foi verificada nos que ingeriam mais ômega-3 em comparação aos que comiam a menor quantidade.

A pesquisadora Elaine Chong, que liderou a pesquisa, disse que o ômega-3 é um componente vital da retina. Por isso, segundo ela, é possível que uma falta do ácido graxo possa “iniciar” a doença, já que as células da retina são constantemente renovadas.

No entanto, o estudo não chega a recomendar uma mudança na dieta. Segundo os cientistas, as pesquisas analisadas não foram feitas com o objetivo de oferecer provas sólidas que sustentem uma recomendação desse tipo.

“Apesar de essa análise dos estudos suge-rir que o consumo de peixes e outros alimentos ricos em ômega-3 pode estar associado a um menor risco de desenvolver DMRI, não há evidência suficiente nos estudos atuais - e nenhum experimento médico aleatório - para recomendar o consumo de ômega-3 para prevenir a doença”, afirmou Chong.