Começa, de fato, a campanha presidencial

Por Gazeta Admininstrator

O eleitorado norte-americano já pode analisar as principais diferenças entre os pontos-de-vista do democrata Barack Obama e do republicano John McCain, diante dos assuntos que mobilizam a nação. Nos próximos cinco meses, até a eleição presidencial de novembro, ambos terão chance de mostrar no que divergem acerca da política externa, da guerra do Iraque, da política tributária, da economia e da saúde pública, pontos nevrálgicos na vida do País.

Depois de 16 meses e 54 prévias, o senador Barack Obama ultrapassou a marca de 2.118 delegados e superdelegados necessários para conquistas a candidatura do Partido Democrata à presidência dos EUA, que disputava com a senadora Hillary Clinton.

A disposição de Obama em conversar com líderes estrangeiros hostis aos EUA foi apenas o aperitivo para uma campanha que se anuncia uma das mais agressivas da história norte-americana.

- Será a escolha mais clara em toda uma geração. Você tem duas visões de mundo muito diferentes - disse o consultor democrata Doug Schoen à agência inglesa de notícias Reuters.

As diferenças entre McCain (71 anos, branco, ex-piloto da Marinha, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã) e Obama (46 anos, negro, formado em Direito por Harvard, ex-ativista comunitário) vão muito além da biografia.
A guerra do Iraque e a crise econômica avassaladora que assomou os EUA nos últimos meses mostram o fosso que separa o conservador McCain, abraçado a George W. Bush, presidente que deixa o cargo com a maior rejeição já atribuída a um chefe de Estado norte-americano, e o primeiro candidato negro a concorrer à Casa Branca.

- Em ambas as grandes questões, eles não poderiam estar mais separados - disse á Reuters Dan Schnur, consultor repu-blicano que já assessorou McCain na sua frustrada candidatura de 2000.

John McCain foi uma das vozes mais favoráveis à invasão do Iraque e, abertamente, promete manter as tropas norte-americanas em solo iraquiano “até que a guerra esteja completamente ganha”, diz ele. Nas contas do republicano, 2013 seria uma “data razoável” para encerrar a invasão ao país árabe.

Obama, no entanto, foi contrário à guerra desde o início e promete retirar as tropas de combate nos primeiros 16 meses de mandato.

Enquanto McCain critica a inexperiência de Obama em questões de segurança nacional e o considera um ingênuo por oferecer a via do diálogo, sem pré-condições estabelecidas, com os países hostis, Obama não poupa munição contra o pensamento econômico de McCain e sua relação com lobistas de Washington.

O democrata compara uma eventual vitória do adversário a um terceiro mandato de George W. Bush. A eleição de novembro “será uma escolha entre o passado e o futuro”, diz o senador pelo Estado de Illinois. Para o estatístico John Zogby, associado à Thompson Reuters nas pesquisas de opinião divulgadas pela agência de notícias, Obama só tem a ganhar no momento em que une a imagem de McCain à impopularidade de Bush.

- Qualquer coisa que lembre as pessoas sobre Bush fere McCain, ao menos até que ele decida se afastar (do presidente) e se tornar um independente outra vez - disse Zogby.